domingo, 27 de dezembro de 2020
A persistência da luz
domingo, 20 de dezembro de 2020
domingo, 13 de dezembro de 2020
Tempo de sonhos adiados
É bom concretizar sonhos, e este há muito que andava a ocupar
espaço dentro de mim, avolumando-se cada ano que passava. Com o Quarteto de
Alexandria, tinha eu tido contacto nos anos 80, e depois de tê-lo lido a
primeira vez reli-o e voltei a relê-lo, ciclicamente. Sempre dizendo que um dia
haveria de me passear em Alexandria pela mão de Lawrence Durrell.
Há muito que tinha descoberto o gosto de conhecer uma cidade pela
mão de um escritor: o Rio de Janeiro e Luíz Alfredo Garcia-Roza, o Mindelo e
Germano Almeida, Nova York e Philip Roth ou Paul Auster.
E a hora de Alexandria surgiu, em jeito de prenda de
aniversário, no início da década de 2010!
Foram dias intensos de descoberta, em que sonho, literatura e
realidade se interligaram de modo indelével: como hotel escolhemos o Cecil,
onde Justine e Darley se encontraram pela primeira vez; numa noite especial
tomámos uma bebida no Bar Mountolive; caminhámos a pé pela meia-lua da
Corniche; passámos um dia em visita à casa do poeta Konstantínos Kaváfis;
perdemo-nos pela Rua Fouad, à procura de Clea; tomámos um chá no Café Al Aktar,
mas não encontrámos Balthazar; e todo um dia foi pouco para apreciarmos a
Biblioteca!
É bom concretizar sonhos! É bom recordar, neste tempo de sonhos adiados!
Rabih Abou-Khalil, Roots and Sprouts