Mil vezes esta pedra, mil vezes este mar.
Mil vezes aqui estive e mil vezes voltei.
Saber de um tesouro que há-de haver.
Saber-lhe o brilho, o cheiro, a vastidão.
E não saber. Uma janela entreaberta,
um muro inacabado, um cabo por dobrar.
No fio da inquietação, uma batida,
um compasso de tempos muito antigos,
antes das grécias, dos dilúvios. Antes.
(in Os Sítios, Licínia Quitério, edição de autor)
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Valsa para piano nº7, Op.64, F.Chopin (V.Ashkenazy)