É claro que fui matar saudades da luz magistral nos quadros de Rembrandt; sim, fui de novo viajar até ao quotidiano do século XVI através das telas familiares de Vermeer. Indispensável uma visita a estes dois pintores, nas idas a Amsterdam.
Desta vez, contudo, deixei-me também surpreender e encantar pelos quadros pintados por pintores anónimos, neste museu ao ar livre em que se transformam em Abril os campos da Holanda. Beleza de nos deixar sem fôlego!
De Keukenhof, jardim privado que abre ao público dois meses por ano, quando as túlipas e os jacintos saiem da sua hibernação anual, é uma espécie de oásis onde um dia tem sempre poucas horas para tudo admirar.
Há quem se limite a passear por entre milhares de bolbos floridos. Mas há outras alternativas para aproveitar bem um dia ao ar livre, desde um jogo de xadrês, visitar a exposição de escultura ou entreter-se na quinta pedagógica.
De Keukenhof proporcionou-nos um excelente dia fora da cidade.
Tal como uma residente da cidade em intervalo de obrigações, passeio-me despreocupada por recantos ainda não explorados. É a redescoberta do já familiar.
No Jordaan, bairro que segundo alguns deve o seu nome à palavra francesa jardin, encantam-me os pátios comuns, a que se chega por estreitas e misteriosas vielas.
As casas, muitas delas, são enfeitadas com painéis que nos dizem da profissão do morador. Assim era antigamente, assim continua a ser agora.
Os gatos são uma presença
plácida e útil na maioria dos
cafés, restaurantes, lojas, hoteis
e casas desta cidade, onde
muitos dos edifícios são velhos
do século XVI
Numa das margens do Red Light District,bairro digno de estudo em várias vertentes, encontro uma escultura discreta e irónica, que piso distraída, e que ilustra um ditado popular na zona...
E de novo, e sempre, e por todo o lado os canais, que servem de chão para casas, de ruas para passear, de rotas de navegação.