Que bem sabe iluminar os corredores da memória!
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Revisitando infâncias
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Viagem Póvoa do Varzim
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Árvore sobre varão em cidade única
Abraço ou sobrevivência? Abraço de sobrevivência? Um varão pode ser sobrevivência?
Ou apenas um pormenor algo inquietante numa rua da cidade das surpresas...
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Amsterdam
terça-feira, 22 de julho de 2008
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Posto de vigilância
Não ralhes comigo, Donaminha, não vês como fico triste e cabisbaixo e envergonhado e...tudo!
Vá lá um gato perceber as importâncias humanas...
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Mounty
terça-feira, 15 de julho de 2008
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Era apenas um desconhecido(ou recordando Robert Walser)
Presumivelmente teria sido um crime. Mas ninguém o pudera provar.
Naqueles dias tudo girou à volta do corpo desconhecido, que um grupo de crianças, num sobressalto imediatamente transmitido a toda a aldeia, descobrira na margem da lagoa parada e carregada de silêncios, não longe da capela em ruínas, cuja rosácea gótica, onde apenas restavam alguns vitrais partidos, ainda acenava gestos antigos de fulgor colorido.
Era ali que as crianças iam brincar, diariamente ao cair da tarde, à volta da quietude da lagoa. Utilizavam também a velha capela como palco onde recriavam, em fértil imaginação, festas e cerimónias de antigamente, e muitas vezes atreviam-se até ao hospício, em cujos muros esmaecidos de humidade e de anos mal se notavam vestígios da cal que outrora os embranquecera. Nas janelas desse mítico edifício reverberavam os raios do sol ao crepúsculo, devolvendo-os plenos de vida e recriando um ambiente intemporal e mágico. De inverno nevava, tornando o local propício a jogos infantis e a algumas tragédias.
Era um corpo de homem velho, e isso podia afirmar-se, disseram as crianças mais tarde, pelo rosto enrugado mas sereno; o resto, coberto pela água da lagoa de onde apenas começara a emergir um cotovelo nu, adivinhava-se preso à margem pela teia das inúmeras raízes das árvores que povoavam o rebordo das águas.
As autoridades sentiram obrigação de fazer uma desinteressada e ligeira investigação no local, tentando vasculhar por umas horas aqui e ali na escuridão instalada, utilizando um método algo desarticulado que não conduziu a qualquer conclusão, salvo às hipóteses remotas de se tratar de uma inesperada errância pela loucura, um apelo de caminhos insondáveis ou um acto de solidão inominável da parte do desconhecido, e que o teria levado a arriscar tudo. Nada ficou provado.
Porque ao voltarem ao local do macabro achado, à chegada dos primeiros sinais da manhã, o corpo tinha desaparecido. Arrastado pelos limos - ou por inesperadas forças subterrâneas - para o fundo, para o lodo, para a solidão absoluta. O assunto foi, pouco a pouco, sendo esquecido. Afinal, era apenas um desconhecido.
(jogo das 12 palavras, in Eremitério)
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Jogo das 12 palavras
terça-feira, 8 de julho de 2008
Equilíbrio (im) possível
Algarve metodicamente maltratado, possuído com ganância e destruído com frieza, até o mar ser obrigado a encolher-se ao fundo, expulso e envergonhado. Algarve cansado, obeso de carros e de construções, obeso de gente obesa.
Equilíbrio (im) possível.
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Algarve
sábado, 5 de julho de 2008
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