Podemos ir lá todos os anos: a saudade é sempre grande e é sempre surpreendente o que se encontra de novo. Podemos estar sem lá ir vários anos seguidos: chegar é sempre uma emoção doce, assim como quem regressa a um lugar que é seu. Paris é sempre e simultaneamente uma cidade nova e familiar, igual e renovada em cada visita.
Resolvemos começar pelos corredores da memória, como se fosse um jogo: o chá no Café de Flore enquanto se admirava o perfil elegante da igreja de Saint Germain-des-Prés e a elegância sofisticada das parisienses no Les Deux Magots. Jantar em St. Séverin sem querer saber dos turistas, regresso a pé ao hotel no Quai d'Orsay, deixando fluir as reminiscências.
No segundo dia, já com a companhia do nosso "Amsterdamer", foi a deambulação preguiçosa até às novidades. O Muro da Paz é um monumento cheio de significados, e mais significativo ficou com a passagem intempestiva e determinada de uma família romena. Paz?
O Museu do Quai de Branly é um lugar de descobertas e de surpresas, um vórtice de beleza que nos envolveu e arrebatou. Mesmo que Paris não tivesse mais nada para oferecer, só este museu merece uma visita urgente, demorada, minuciosa.
Dali nos fomos, exaustos, empolgados e com a felicidade calma de quem ainda só está a meio da estadia...
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I love Paris, Ella Fitzgerald