sábado, 31 de dezembro de 2016

Apesar de tudo...





 

HOMEM


Inútil definir

 este animal aflito.

Nem palavras

nem cinzéis

nem acordes

nem pincéis

são gargantas deste grito.

Universo em expansão.

Pincelada de zarcão

desde mais infinito

 a menos infinito.

 (António Gedeão)
 
 
 
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Lyric Waltz, Jazz Suite No.2, D. Shostakovich, Concertgebouw Orchestra

domingo, 18 de dezembro de 2016

Nas Festas do Solstício Invernoso





O ANO EM QUE O CALENDÁRIO AVARIOU

Foi numa noite de Natal.
Estávamos em maio mas não fazia mal,

tinha havido uma avaria no calendário
e naquele ano saiu tudo ao contrário:

o Natal em maio, a primavera em novembro,
o 1.º de abril a 22 de setembro.
Eu que tenho mais de 100 anos não me lembro

de ter feito tanto calor como em dezembro.
Houve semanas com cinco dias, outras inteiras,

 uma em julho teve 16 segundas-feiras!
Até houve a semana dos nove dias.
Muitas promessas foram naquele ano cumpridas!
Foi um ano tão maluco,
tão completamente bissexto,
que para muitos serviu de pretexto
para trocar as voltas ao calendário
e festejar todos os dias o aniversário.
Naquele ano espantoso
cada um podia ter à vontade
as suas manias
porque todos os dias
eram todos os dias.
Eu que não sou menos que os demais,

 naquele ano tive vinte natais.

(Manuel António Pina)

Boas Festas

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Sur l'infini bleu, Anouar Brahem


segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

A natureza e Mestre Júlio Resende


 
O fulgor das folhas de liquidambar colhidas no jardim do
 Lugar do Desenho,
como que a competirem com a pintura de Mestre Júlio Resende.
.
 
These foolish things, Charles Mingus
 
 
 


segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

A nostalgia outonal

 
 Ah DonaMinha, que lindo este chão com tapete de folhas!
Mas  fazem-me tanta tristeza...será da cor?
 
 
Vou já embora daqui antes que comece a chorar...
É que um gato não chora!
 
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Sweet and lovely, Thelonious Monk/John Coltrane