Aquela casa era o encanto da menina. E também a sua inquietação.
Imaginava os longos corredores vazios, onde poderia andar de triciclo com a
irmã, em corridas sem paragem. Imaginava os muitos quartos, onde, com os
primos, jogaria às escondidas sem nunca ser encontrada. Mas havia também os
sótãos, cheios de mistérios, de bichos e, quem sabe, também de alguns fantasmas.
E pensar nisso fazia medo, até provocava pesadelos em algumas noites mais
agitadas.
Hoje, a idosa senhora cada vez com mais assiduidade recorda a sua infância e
juventude, e a casa misteriosa, como um ser vivo, continua a exercer um
sortilégio que, crê ela, nunca se desvanecerá.
Aquela casa foi o romance da sua vida…
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Yesterdays, Miles Davies