Já cá faltava mais esta! E logo no primeiro dia do novo ano! Já bastava o velho frigorífico, que com as cheias de fins de Novembro curto-circuitou e lá foi para a reciclagem num transporte camarário; já chegava a tristeza dos onze cedros que, pelo temporal do solstício deste inverno foram derrubados sem dó nem piedade, desnudando-nos a intimidade dos vizinhos e vice-versa; agora foi a vez do velho carro, amigo prestável durante 22 anos sem dar grandes preocupações, antes cumprindo o seu papel com muito denodo.
Acabou. Foi embora. Sucumbiu. Finou-se. Morreu.
Já cá faltava esta!
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Nocturno nº20, Chopin (Maria João Pires)
10 comentários:
É a vida! Frase triste e pouco resignada.
Foi o gato, são algumas coisas a que nos apegámos...
Somos nós... sorríamos nem que seja só com meia cara.
Sois bonitos, vós com a vossa vida de junção. Por falar nisso...
Lembrei-me de "juncos" para colocar no lugar das belezas arrancadas pela tempestade, qualquer planta leve, que vos isole um pouco e que cresça muito depressa?
Beijinho
B
Como um rio
do ventre até à foz
Tudo tem um tempo. Pena as árvores, mais do que os objetos. Bom, digo eu.
A primeira fotografia é impressionante e diz tudo. As duas revelam o todo. Notável conjunto em sintonia com o texto.
É o que se chama "andar com o coração nas mãos" com medo das avarias...incluindo as nossas!
Abraço
Bem, agora arranjam uns trocados e compram um carro novo porque não dá para viver num paraíso e ter metro à porta. A questão é saber se a electricidade, se a hidrogénio, se a palha.
As árvores é substituí-las. Como não são seres indivíduos, não vale a pena chorar a sua morte. Claro que vai levar uns aninhos a terem o porte desejado.
O gato já é pior: é uma pessoa e custa a fazer-lhe o luto. A substituição é uma boa ideia (Tenho aqui uma gata, a Madona, que irias gostar dela. É só uma ideia.
Quanto a nós é mais complicado: vamos estragando os mecanismos e continuamos a pensar que a vida é bela, é inteligente e é bem educada. Quando, afinal, é apenas uma ladra.
Beijinhos e obrigado pelo Chopin
R.
Nada é para sempre.
Sempre tive a mesma teoria, quando um carro começa a entrar na oficina começa a dar sinais de fraqueza e a melhor solução é fazer-lhe a despedida, antes que o faça ele.
Um grande abraço
O meu finou-se a caminho daí, há 3 anos.
Dizem que é a vida....
Que o azar se fique por aí, minha amiga.
Já que o ano começou mal , que o Carnaval te traga "máscaras" da vida mais agradáveis .
Espero te bem mais ao Sérgio.
Beijinho amigo
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