As janelas
por onde entram as silvas,
a púrpura pisada,
o aroma das tílias, a luz
em declínio,
fazem deste abandono
uma beleza devastadora
e sem contorno.
(in Rente ao Dizer, Eugénio de Andrade)
.Nocturne op.9, no 1, F. Chopin
por onde entram as silvas,
a púrpura pisada,
o aroma das tílias, a luz
em declínio,
fazem deste abandono
uma beleza devastadora
e sem contorno.
(in Rente ao Dizer, Eugénio de Andrade)
.Nocturne op.9, no 1, F. Chopin
5 comentários:
Uma terrível beleza!
Abraço
Na beleza das coisas nos apoiamos para não desmoronarmos.
Ah... este nosso "amor" de homem!
Eugénio, a sua textura escorrida, de poucas palavras e sentimentos IMENSOS. Tão bonito.
Um dia destes passei e olhei a sua casa fechada, na Foz, lembrei o gato, os horizontes, os amigos com quem falava, a suavidade, os papeis e os livros. Inesquecível.
B
O regresso frequente a Eugénio? Benvindo seja!
Mas... as janelas! As janelas assim são os olhos vazios de uma lamentável cegueira, de uma ruína consentida por alguma herança desavinda entre parentes cúpidos. Estúpidos.
Uma casa assim merece ser conservada. Quanta vida vivida detrás dessa porta! E o luar a entrar pelo telhado e os aromas da terra pelas janelas.
Boa combinação com o Eugénio.
Abraço de vida.
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