sábado, 15 de fevereiro de 2014

Reflexões perturbantes - I


O esquecimento progride em mim e torna-se parte de um silêncio intelectual que, fugazmente, me proporciona algo parecido a um bem-estar. Um bem-estar vazio.
No esquecimento estão as recordações.
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(Antonio Gamoneda, in posfácio de Oração Fria, Assírio e Alvim, trad.de João Moita)
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(foto de PG.)
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Trincheras/Decadence, Alberto Iglesias, London Session Orchestra





17 comentários:

lino disse...

Gamoneda foi um resistente ao franquismo, pelo que não pode esquecer!
Beijinho

jrd disse...

Inquietante! Há que lutar contra o nosso esquecimento selectivo, apesar de muitas vezes estar para além da nossa vontade.

Abraço

anamar disse...

Que sejam as más recordações a ser esquecidas. O resto , que viva , mesmo que em silêncio.

Abracinho

Graciete Rietsch disse...

Eu gostava de não esquecer nem as boas nem as más recordações. Mas, infelizmente, parece que as más estão mais presentes provavelmente porque é demasiado má a situação que vivemos.Que, ao menos, elas me deem a força para continuar a resistir.
A tua música transmite paz.

Um beijo.

São disse...

Esquecer?! Jamais!!

A fotografia está esoectacular.

Bom resto de domingo

greentea disse...

por vezes é bom esquecer e acomodarmo-nos...para depois cantarmos até que a voz nos doa !!!

M. disse...

Muito interessante este texto.

Sensualidades disse...

esquecer apesar de parecer que nao, e sempre mis facil

Jinhos
Paula

Anónimo disse...

Há uma passagem do último livro do Murakami, onde o protagonista diz algo muito semelhante...

Luis Filipe Gomes disse...

Acho que entendo o que ele quer dizer.
Também se aprende o esquecimento.
Aprende-se a esquecer pela escolha do que se quer recordar. Às vezes a memória é uma auto-punição mesmo que pareça edificante, preventiva, revitalizadora.
Ainda não cheguei a esse patamar de que fala Gamoneda. Os filósofos indianos chamam-lhe iluminação.
Agradeço-te a lembrança do Gamoneda é uma lacuna não ter à mão alguma coisa que ele tenha escrito, um livro dele. Comprarei este sim!

Rosa dos Ventos disse...

Como eu te entendo!

Abraço

Licínia Quitério disse...

Tudo esquecer para poder lembrar. É assim, como diz o Poeta.
Ai essa música. Décadence...

Nilson Barcelli disse...

Um grande pensamento.
Há já muito tempo que não te visitava (tu também não, acho eu...). Mas mais vale tarde do que nunca...
Beijos.

Lilá(s) disse...

Entendo-te muito bem, talvez sejam efeitos secundários dos dias cinzentos...
Bjs

Duarte disse...

São o refugio do ser, que quer descanso, abandonar a pressão: isso é bom, sempre que não se alongue no tempo.
Abraços de vida, hoje mais do que nunca, querida amiga

mariam [Maria Martins] disse...

O teu excelente post deixou-me pensativa e melancólica. Fez-me lembrar pessoas que amo e que estão a envelhecer...
Beijinhos :)
mariam

Maria disse...

Irreversível.
Aproveitemos cada momento. Não estás só...