O esquecimento progride em mim e torna-se parte de um silêncio intelectual que, fugazmente, me proporciona algo parecido a um bem-estar. Um bem-estar vazio.
No esquecimento estão as recordações.
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(Antonio Gamoneda, in posfácio de Oração Fria, Assírio e Alvim, trad.de João Moita)
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(foto de PG.)
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(foto de PG.)
Trincheras/Decadence, Alberto Iglesias, London Session Orchestra
17 comentários:
Gamoneda foi um resistente ao franquismo, pelo que não pode esquecer!
Beijinho
Inquietante! Há que lutar contra o nosso esquecimento selectivo, apesar de muitas vezes estar para além da nossa vontade.
Abraço
Que sejam as más recordações a ser esquecidas. O resto , que viva , mesmo que em silêncio.
Abracinho
Eu gostava de não esquecer nem as boas nem as más recordações. Mas, infelizmente, parece que as más estão mais presentes provavelmente porque é demasiado má a situação que vivemos.Que, ao menos, elas me deem a força para continuar a resistir.
A tua música transmite paz.
Um beijo.
Esquecer?! Jamais!!
A fotografia está esoectacular.
Bom resto de domingo
por vezes é bom esquecer e acomodarmo-nos...para depois cantarmos até que a voz nos doa !!!
Muito interessante este texto.
esquecer apesar de parecer que nao, e sempre mis facil
Jinhos
Paula
Há uma passagem do último livro do Murakami, onde o protagonista diz algo muito semelhante...
Acho que entendo o que ele quer dizer.
Também se aprende o esquecimento.
Aprende-se a esquecer pela escolha do que se quer recordar. Às vezes a memória é uma auto-punição mesmo que pareça edificante, preventiva, revitalizadora.
Ainda não cheguei a esse patamar de que fala Gamoneda. Os filósofos indianos chamam-lhe iluminação.
Agradeço-te a lembrança do Gamoneda é uma lacuna não ter à mão alguma coisa que ele tenha escrito, um livro dele. Comprarei este sim!
Como eu te entendo!
Abraço
Tudo esquecer para poder lembrar. É assim, como diz o Poeta.
Ai essa música. Décadence...
Um grande pensamento.
Há já muito tempo que não te visitava (tu também não, acho eu...). Mas mais vale tarde do que nunca...
Beijos.
Entendo-te muito bem, talvez sejam efeitos secundários dos dias cinzentos...
Bjs
São o refugio do ser, que quer descanso, abandonar a pressão: isso é bom, sempre que não se alongue no tempo.
Abraços de vida, hoje mais do que nunca, querida amiga
O teu excelente post deixou-me pensativa e melancólica. Fez-me lembrar pessoas que amo e que estão a envelhecer...
Beijinhos :)
mariam
Irreversível.
Aproveitemos cada momento. Não estás só...
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