Aquela casa era o encanto da menina. E também a sua inquietação.
Imaginava os longos corredores vazios, onde poderia andar de triciclo com a
irmã, em corridas sem paragem. Imaginava os muitos quartos, onde, com os
primos, jogaria às escondidas sem nunca ser encontrada. Mas havia também os
sótãos, cheios de mistérios, de bichos e, quem sabe, também de alguns fantasmas.
E pensar nisso fazia medo, até provocava pesadelos em algumas noites mais
agitadas.
Hoje, a idosa senhora cada vez com mais assiduidade recorda a sua infância e
juventude, e a casa misteriosa, como um ser vivo, continua a exercer um
sortilégio que, crê ela, nunca se desvanecerá.
Aquela casa foi o romance da sua vida…
.
Yesterdays, Miles Davies
10 comentários:
Excelente regresso...
Esperam-se "posts" alimentados pelas férias.
A casa são muitos recantos esquecidos cá dentro. Com o tempo, o living room mingua, alargam-se os sótãos e as caves.
Tantos são os apeadeiros da nossa casa
Bj
Aquela casa, como muitas outras casas, que nos marcam, que nos deixam saudades...
Abraços de vida
~~~
~ Muito interessante o teu conto, MJ.
Compreendo-o muito bem, pois há casas
que não esqueço por me terem fascinado.
Encontro sempre, por aqui,
música de qualidade e raro bom gosto...
~~~ Beijinho amigo. ~~~~~~~~~
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Já habitei, em adolescente uma casa imaginada...
É um sonho.
Bj
Nos antigos caminhos que andei, lá pelos lado da serra, havia uma casa assim. Ficava no meio de um jardim abandonado e era alvo de histórias e lendas para as crianças que juravam ter visto alguém estranho em uma das janelas de vidro quebradas. Para mim era alvo de devaneios, de querer saber quanto de amor foi vivido e sofrido por ali. Era triste mas era bonita.
boa tarde e beijos pitangueiros, Justine.
Se nos espreitamos e vemos, é como ver "uma casa" amiga! Clara e incólume.
Bjinhos aí
Bettips
Também "tive" uma casa assim.
Boa semana
Bom regresso!
Feliz Fevereiro :)
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