domingo, 8 de maio de 2016

Sinais perenes de efemeridade

 
Após  metamorfose de uma semente
em silêncios subterrâneos, impôs-se no jardim:
 frágil como um sentimento,
 suave como uma carícia,
 delicada como um beijo breve.
Amanhã já o vento a levou...

.
Ain't she sweet, Benny Carter, 1957

6 comentários:

Luis Filipe Gomes disse...

poema muito belo. quase zen.

Majo disse...

~~~
~ Poema reflexivo sobre a brevidade da vida,
bem construído e com metáforas belíssimas!

Também efémera, esta Primavera esgota-se,
sem que a possamos vivenciar como merecia...

Venham dias calorosos e brilhantes!

Beijinhos, MJ.
~~~~~~~~~~~~~~

"o tempo de um suspiro"... disse...

... leve...

Rui Fernandes disse...

Em luta com o meu sistema, não baixam as imagens, leio o texto e disparo o Benny Carter, que aprecio apesar de eu ser amúsico e nunca ligar sons. Acabado, com a bolha toda encostada à direita, vou-me às palavras e faço-as dizer em silêncio. Imagino uma planta frágil, fugaz e bela, daquelas que só existem realmente nas nossas recordações. Relembro que os meus jardins são feitos quase só disso. Às vezes, nem sabemos o que as leva. Apenas a gravidade, aquela distorção no espaço-tempo provocada pela massa do planeta.

... Nem o comentário consegui fazer ... Desliguei o modem e o router com raiva. Tudo começou a funcionar bem de repente. O que são? Serralhas (sonchus oleraceus)?

Clarice disse...

Não resisto ao ver um delas e sopro, imaginando onde irão parar.
Belas palavras, sem dúvida. E certeiras.
Abração.

Duarte disse...

Os estragos que faz o vento!
Gosto, relaciono-os com a minha infância, por aqueles campos de Quires.
Beijinhos, querida amiga