FORMA DE INOCÊNCIA
Hei-de morrer inocente
exactamente
como nasci.
Sem nunca ter descoberto
o que há de falso ou de certo
no que vi.
Entre mim e a evidência
paira uma névoa cinzenta.
Uma forma de inocência,
que apoquenta.
Mais que apoquenta:
enregela
como um gume
vertical.
E uma espécie de ciúme
de não poder ser igual.
(in OBRA POÉTICA, António Gedeão)
.
Eine kleine Nachtmusik, Mozart
4 comentários:
Uma maravilha de poema e de música!
Abraço
Excelente.
O melhor é permanecer fiel a si mesmo.
Abrazo de vida
Lugares e olhos encantados!
B
Sim, "forma de inocência" que nos alimenta.
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