sábado, 20 de março de 2010

Arco-da-Aliança


O verde da luz tímida
das tílias,
o amarelo solar
do matinal cantar dos galos,
o azul feliz das uvas de Corinto,
o roxo friorento das primeiras
violetas, o vermelho
glorioso do grito dos falcões:
de norte a sul
era o arco-íris que rompia
na manhã molhada,
era o inverno que se ia embora,
o velho e sonolento
inverno que partia:
da janela
avistam-se as últimas barcas--
.
Eugénio de Andrade, O Sal da Língua
.
Comme une absence,Anouar Brahem



34 comentários:

Fernando Samuel disse...

As últimas barcas... o primeiro sol...
Belíssimo!

Um beijo.

Rosa dos Ventos disse...

Um bálsamo nesta manhã chuvosa...

Abraço

mdsol disse...

Tão bonito!

Beijinhos

:)))

Violeta disse...

E a Primavera vem aí...

Nilson Barcelli disse...

Excelente escolha.
Querida amiga, bom fim de semana.
Um beijo.

Lídia Borges disse...

Que bom encontrar aqui este poema de Eugénio de Andrade.
Fez-me tão bem lê-lo!
Posso levar o amarelo?

L.B.

João Roque disse...

E vocês insistem em Eugénio de Andrade...
Será por eu gostar tanto?
Continuem, por favor!!!

Sensualidades disse...

lindissimo

Beijos
Paula

Maria disse...

Tão bom ler Eugénio... era tão bom que esta chuva se fosse embora de vez, ou por uns tempos...
Belíssimo post!

Beijo.

Mar Arável disse...

As "minhas" já chegaram

com o nosso Eugénio

Há.dias.assim disse...

Eugénio de Andrade,sempre... não me canso de o ler e reler.
Obrigada!

salvoconduto disse...

Nem andorinhas, nem primavera, só dá PEC, até a fruta anda com bicho...

Pitanga Doce disse...

Aqui o dia amanheceu outonal, mas quente e apaixonante...

Duarte disse...

Trilogia perfeita. Que harmonia! Quanta beleza! desde a palavra ao som.

Aqui choveu todo o dia, talvez para apaziguar o calores deixados pelas chamas.

Um grande abraço

Arábica disse...

Deixá-las ir,
para o longe dos olhos
e da alma, as barcas, que nos trouxeram...

Beijo primeiro depois da noite de equinócio :))

poetaeusou . . . disse...

*
parabens
pela escolha,
,
O poeta é incapaz de conter um segredo, acaba sempre por dizer
no poema aquilo que queria
guardar só para si !
,
in-eugénio andrade,
,
conchinhas,
,
*

Gárgola disse...

Um belo poema para acompanhar uma bela sensação. Ou uma estação gerada por um poema (lugares onde agora começa o outono…)
As suas escolhas sempre são magníficas!

Beijos

Alien8 disse...

Um belo poema e um belo encontro :)

utopia das palavras disse...

Sempre bem-vinda a poesia deste grande poeta e que eu amo! Grata!

Beijo

samuel disse...

Muito bom! Tudo... até o tempo, que começa a sorrir...

Abreijo.

greentea disse...

constatei isso mesmo qd abri as janelas de manhã!
E ontem à noite, já cheirava a Primavera no Jardim das Amoreiras ...

MagyMay disse...

... o renascer da Esperança... o reencostar no ombro...

O abraço para ti

Pitanga Doce disse...

Eu sabia que a Primavera chegaria...mesmo sem mim.

beijos Justine

Alberto Oliveira disse...

que venha já a prima vera
mais o tio verão encalorado
que foi tão longa a espera
por esta calorosa irmandade
que a ela não se fez rogado
de igual modo o poeta Andrade.

A.S. disse...

Justine,

Eugénio de Andrade, continuará entre nós através da sua incomparável poesia!


BeijO
AL

augusto, um entre mil disse...

Só ele para falar assim de coisas que todos podemos ver no dia a dia mas, não sabemos dizer...

continuando assim... disse...

Convite

O livro "Continuando assim...", foi maltratado...

Resolvi por isso, e porque tanta gente não encontra o livro onde deveria estar (nas livrarias), recontar a história
Lá no …. Continuando assim…
www.continuandoassim.blogspot.com

Vamos em metade da história, o livro reescrito, não está igual (nem poderia!) ao que foi editado.
Obrigada a todos os que vão seguindo (pois só assim vale a pena).
Um obrigada especial a quem ainda não conhece e chega de novo

Uma reflexão em relação a todo este assunto entre livros, autores e editoras, e um conselho, se é que me é permitido:

--- quando vos pedirem dinheiro para editar as vossas palavras, simplesmente digam que não ---
BJ
Teresa

Humana disse...

a primavera que chega, ao ritmo do voo musical das andorinhas. nostálgico, o nosso olhar, lembrando anseios de outros voos.

um abraço, justine

soube-me bem este passeio pelo teu blog, para começar o dia.

vovó disse...

é tudo tão bonito aqui!... sempre!

beijocasssss
vovó Maria

Licínia Quitério disse...

Fico assim... em estado de graça. A ver, ler, ouvir...

Que bom,Justine. Obrigada.

jorge esteves disse...

As barcas, as últimas, já não se avistam!...
(Sobraram as palavras-poemas. Ainda...)
abraços!

Lilá(s) disse...

Num dia cansativo e com nuvens bem negras no horizonte este poema caiu-me tão bem! maravilha.
Bjs

Violeta disse...

passei para te deixar um beijinho. faz festinhas ao Mounty

Sofá Amarelo disse...

Já pouca assim é assim mas pelo menos é bom saber que algures num tempo ido alguém conseguiu gravar as memórias no ritmo das palavras...