O ambiente é sombrio, soturno, quase assustador. Passam-se portas blindadas, grades invioláveis, atrás das quais há tempos, por medo mas também há quem diga que por segurança, se guardavam riquezas privadas.
Agora as portas escancararam-se, as grades foram arredadas. O ambiente iluminou-se. E, guardadas mas à vista de todos, numa metáfora forte e generosa, está a riqueza colectiva que é urgente preservar: as sementes. Empolgada com a beleza e a pertinência da exposição, não esquecerei tão cedo quais são as verdadeiras riquezas do tempo de hoje.
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Exposição nas caves do MUDE, antigos cofres-fortes do BNU
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It's easy to remember, John Coltrane Quartet
42 comentários:
Justine, senti ao lê-la, um profundo arrepio. Num país em que parece que há muito se deixou de dar valor às sementeiras, onde as sementes são esquecidas, a começar pela semente da vida plena, de dádivas e partilha - a troca de bens imateriais, de colo, abraço e mimo, num país em que tudo vale pelo ouro que (não) temos,
importa
lembrar da importância capital de guardar, ano após ano, ciclo após ciclo, o que dá sentido ao sentido do voo...
Beijo Justine
O meu carinho
Mel
Ver os campos abandonados faz doer!
E as sementes à espera de serem lançadas à terra e de darem fruto que nos sustente!
É urgente passar a palavra!
Abraço
Excelente metáfora para o dia de hoje.
Ainda há muito quem semeie lá pelos lados das Beiras. É lindo de se ver. Mas sabe, que feitio terá a semente da Esperança?
beijos com sol de Outono
Há outro tipo de riquezas, as que nós próprios transportamos. Até dessas há quem se deixe roubar.
Se outras iguais estivessem a germinar nas terras abandonadas não precisávamos de andar a esmolar!
Beijinhos
È preciso que germinem.
Abraço
Esta e outras "riquezas" andamos a perder...
Bjs
Urge lançá-las nos nossos campos.
Abraço apertadinho, Justine
O quê? Isto é neste planeta?
Magnífico :))))
O ouro da terra, o príncipio de tudo!!!!!!!!!!!
O que acho de enaltecer é a ideia de reconduzir uma certa ideia de cupidez do dinheiro para as sementes, para uma ideia tão simples como a de produção e, não apenas, a de especulação.
Bjs
E vão ser as riquezas dentro de um tempo curto...!
fantastica ideia
uma riqueza que tomamos muitas vezes, erradamente, por certa,
Bjinhos
Paula
Pois aão as sementes que guardamos para um futuro que resultará de uma catástrofe, mas para evitar a catástrofe melhor seria lançá-las à terra, revitalizando a Agricultura , não esquecendo também as riquezas naturais de que dispomos.
A tua música continua a encantar-me.
Um beijo.
Não sei se é uma alegoria aos momentos que vivemos, mas é excelente!!!!
Um ajuizar pertinente...
Onde está a riqueza das nações?
Os de antes de nós, oh! Adam, diziam que era na terra, mas esta tem de ser semeada por mãos e por mãos tem de ser colhido o que derem as sementes.
Logo, é no trabalho com e pelas sementes e os frutos que está a "riqueza das nações"...
Com eles lá de cima, e com um "outro" de que não digo o nome (cá por coisas), vou tentando perceber o que se passa... mas também - e muito - com estas tuas descobertas e maneira de as divulgares.
Aprendi! Vou tentar ensinar...
Sem este esmerado cuidado não seria possível, em muito casos, já que persevera estas jóias das humidade ou dos parasitas, e poder fazer que voltem a dar o fruto tão desejado.
Um dos meus antepassados, próximo no tempo, foi agricultor: conhecia os cuidados a ter com as sementes, mas desconhecia este banco tão bem apetrechado.
Excelente iniciativa.
agradeço a divulgação. Parabéns.
Um grande abraço, querida amiga
As sementes, pois claro!
Um beijo.
é preciso esgravatar a terra
talvez com as mãos
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Sobre o amor
Fácil de acontecer, difícil é descrever.
Amar é sentir sem querer, é querer sem perceber.
Fugaz ou duradouro, não importa o tempo, o que vale é o sentimento.
Que o eterno seja pra sempre, mesmo que seja breve.
Sobre o amor é tudo que não sei, daquilo que já sei.
Fim de semana de luz e paz,
abraço.
ڿ•*♥ڰۣ¸.•*♥ڿڰۣ✿ڿڰۣ¸.•*♥ڿڿ•*♥ڰۣ¸.•*♥ڿڰۣڿڰۣ
Brasileiros enlutados ♥♥♥♥♥♥♥♥♥...
ڿ•*♥ڰۣ¸.•*♥ڿڰۣ✿ڿڰۣ¸.•*♥ڿڿ•*♥ڰۣ¸.•*♥ڿڰۣ
Interessantíssima esta exposição de que aqui nos mostras uma parte através das tuas belíssimas fotografias e do que sentido forte do texto que escreveste.
Será o verdadeiro milagre alquímico: a transmutação do oiro em pão. É este post uma tão feliz notícia! Obrigada, Justine. Um beijo.
Que ideia interessante. A lembrar-nos de que aquilo que hoje nos parece banal poderá ser, num futuro não tão longínquo, um bem raro. Preocupante, não é? Como referes, Justine, urge reposicionar o valor das coisas.
Obrigada por trazeres até nós mais esta bela exposição, a convidar à reflexão :)
Em breve a riqueza não terá a cor nem a textura do ouro, da prata ou da platina, mas a cor das mãos barrentas de quem mexe na terra...
Revelador!...
A origem de tudo que urge desocultar.
Um beijo
Cara Justine, sabia deste tesouro. E pensei algo muito semelhante quando tive conhecimento dele. O valor dos tesouros reavalia-se quando se revêem as prioridades. E estas são cimeiras, sem dúvida!
Um abraço e os votos de uma óptima semana.
ººº
Gostei do teu post ...!
Pois amiga, esquei-me de te dizer que também fui visitar essas "catacumbas "dos tesouros quase perdidos.
Adorei, aprendi, pois não sabia que o feijão frade dali não era igual ao dacolá... omo na maioria das sementes.
Adorei um feijão de Mação, malhadinho a preto e prato como as vaquinhas leiteiras... E, só esperava o privilégio que tiveste em as fotografar e mostrar...
Deu uma obra de arte como a mãe natureza na sua diversidade.
Abracinho
:))
Precisávamos de uma boa multiplicação. Belas fotos, bela ideia!
Da Noruega:
"O Silo Global de Sementes de Svalbard tem como objetivo salvaguardar a biodiversidade das espécies de cultivos que sirvam como alimento para as populações do mundo e seus países. O Silo de Svalbard preservará cerca 90% das sementes conhecidas existentes no mundo, doadas pelos países produtores."
http://pt.wikipedia.org/wiki/Svalbard_Global_Seed_Vault
Um abraço desde Vila do Conde,
Jorge
P.S. Cá os esperamos.
Se já estamos a matar de fome uns tantos milhares por ano, nem quero pensar no que espera as outras gerações. O que me encanta nesse cofre é que se guardam sementes puras.
Já ouvi falar de cofres do gênero na Inglaterra e até dos americanos. Não sabia que havia também em Portugal.
Abraços e boa semana.
Ah... quer então dizer que as coisas não nascem nas prateleiras do Continente e do Pingo Doce...
Abreijo.
Gostei do ambiente que as fotos transmitem.
Cheguei aqui pelo caminho do cantigueiro.
Cheguei para ficar,se me der licença.
Este é um dos problemas a preocupar-me.
Agora até as sementes nos querem tirar,como quem tira a vida.
Vou deitando à terra,com carinho,as sementes dos meus avós,sem as agredir,sem as envenenar.Só assim dão frutos que valha a pena colher.
mário
Que melhor semente para frutificar num "banco" de Futuro? O pão, o grão, o ciclo da vida.
Belo!
Conhecia de ler, há muito tempo, um projecto em Inglaterra, no Kew Gardens, que guarda sementes e espécies de mais de 50 países: o Millennium Seed Bank. Na altura fiquei fascinada com a ideia "desses maduros"... Mas se aqui é falado e lembrado assim, já é bom!
Bjs
Em tempos vi em Inglaterra algo assim mas, não sabia que em Portugal também havia!
Bjs
Lindíssimas fotos e palavras que causam arrepio, como bem diz o primeiro comentário.
Um abraço
PS Perdoa a ausência,não tem sido mesmo possível. Vou abaixo ver do Mounty - tenho comigo o CG nestes dias de sol... e passarinhos, claro!
De repente, ao ver as primeiras fotos até pensei que tivesses conta na Suiça e estivesses a mostrar os cofres...
Bela metáfora!
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