Lá vai ela, buscar à bica da aldeia a água de que precisa em casa para esse dia. É um dos seus gestos diários de luta e de sobrevivência. Sem revolta. Sem perder a alegria.
Amanhã voltará a repetir tudo.
Dir-se-ia uma cena de uma aldeia africana no século passado – mas não, é a realidade são-tomense no começo do século XXI!
.Beethoven, Sonate Op13, Für Elise
17 comentários:
A realidade portuguesa era assim ainda há 30 anos não só no interior mas também nas grandes cidades.
O que é lamentável é que muitas dessas nascentes, e fontanários se perderam. Umas foram desviadas, outras deliberadamente fechadas; umas por incúria secaram ou ficaram contaminadas com os lixos modernos da civilização: pesticidas, restos de medicamentos, moléculas tóxicas indeterminadas de toda a espécie...
Se por alguma razão faltar a energia eléctrica, muitos dos locais que têm abastecimento público de água deixam de ser abastecidos pois as bombas que empurram a água deixam de funcionar.
Da imagem apenas lamento que a tarefa não seja mais suavizada e que seja o seu corpo a sofrer a carga.
Que pelo menos não perca a alegria e que a água canalizada não tarde!
Abraço
E a busca pela água e pela sobrevivência continua. Mas a revolta tem que aparecer, com luta, embora com a alegria corajosa de todos os que querem um mundo diferente. Belíssimo acompanhamento musical que eu até já toquei,quando era muito nova e andei a aprender a tocar piano. E sempre fiquei a admirar Beethoven.
Um beijo.
minha boa amiga,
esta ainda é uma realidade, algo parecida, com a que se vive a escassos quilómetros de lisboa, também, e no séc. XXI... a pobreza existe e persiste, paredes meias com condomínios ditos de luxo. uma incursão pelo imobiliário revelou-se condições de habitabilidade que, acredita, julgava há muito extintas.
beijinhos e bfs
Mel
Infelizmente ainda é assim...
Beijo Lisette.
É uma realidade que custa a creditar!
Bjs
Muito acertada a escolha do título da postagem, pois confrontados diáriamente com os nossos próprios problemas, e que não são poucos, ugnoramos tantos e tantos problemas e carências de outros.
Este é dos mais belos pequenos "apontamentos" de Beethoven...
Lamentavelmente, não só na África próxima.
Imagino que será nas áreas rurais, que numa ilha assim são quase todas.
Mesmo assim é indigno que, nesta data do calendário, as coisas ainda estejam assim.
Menos mal que ela não perde o sorriso nesse dia a dia rotineiro.
Um prémio à perseverança.
Abraços com saudades, muitas!
se ela só tivesse que ir buscar água ao fontanário ...
e a cultura da terra que lhe pertence, e a moagem da farinha para comer, os preparos da cozinha, o servir o marido , o tratar dos filhos...elas que não seguem ao lado deles, mas atrás, sempre atrás com a trouxa da roupa OU DA LENHA ou da comida às costas , fora o filho enrolado nos panos !!!
são outras vidas , outras formas de estar ...
A herança colonialista ainda não conseguiu acabar com a sede dos povos.
Não se revoltam porque não conheceram nada diferente. Com diz a Greentea, são outras formas de estar. Seguirão servindo sempre e tão somente. Infelizmente.
beijos Justine
A falta de justiça social.
Abracinho
Que herança deixou Portugal nos séculos de colonização?
Boa semana
vivemos num mundo de varias realidades
Jinhos
Paula
a realidade é crua
Van Beethoven alivia
cumprimentos de Antuérpia
Não só saotomense, mas também de muitas outras paragens, especialmente africanas...
Certamente, o século XXI é que ainda não chegou a todo o lado. Deve-se relacionar-se com a teoria dos mundos paralelos.
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