domingo, 22 de janeiro de 2017

Eugénio, sempre

 
Versos de Inverno
 
Outra vez o abutre, o abutre
da tristeza, cai-nos em cima,
crava as garras, rasga,
retalha: - Oh irmão
do deserto, breve
oásis de sol
neste inverno: não há terra
de promissão
fora do corpo; ou da palavra.
 
(Rente ao Dizer, Eugénio de Andrade)
 
.
Sur l'infini bleu, Anouar Brahem
 

 
 

 

6 comentários:

Luis Filipe Gomes disse...

É um poema apologético e cosmogónico. No final só fica a palavra. Tal como no principio é o "Verbo".

Graça Sampaio disse...

Muito lindo!!

Beijinho.

Mar Arável disse...

Eugénio SEMPRE
Bj

satisfeito com a natureza, embora nem sempre... disse...

... mas também sabe tão bem o aconchego da casa (quem a tem...) e uns raios de sol vindos de um céu limpo de nuvens ou rompendo-as...

Majo Dutra disse...

Não nos devemos queixar, porque de facto,
o tempo esteve muito bom.
O poema é um protesto maravilhoso...
Abraço.
~~~

Duarte disse...

Também opino igual.
Gosto de quase tudo o que fez este grande criador.
Besos, amiga mía.