Alguém diz com lentidão:
"Lisboa, sabes..."
Eu sei. É uma rapariga
descalça e leve,
um vento súbito e claro
nos cabelos,
algumas rugas finas
a espreitar-lhe os olhos,
a solidão aberta
nos lábios e nos dedos,
descendo degraus
e degraus
e degraus até ao rio.
Eu sei. E tu, sabias?
.
(poema de Eugénio de Andrade, citado em Lisboa, cidade triste e alegre de Victor Palla e Costa Martins.
Eposição patente no Museu da Cidade. As fotografias aqui mostradas - com excepção da primeira - encontram-se expostas e fazem parte da selecção dos dois autores aquando da edição do livro)
.
Verdes Anos, Carlos Paredes
Verdes Anos, Carlos Paredes
8 comentários:
Belo!
Demasiado real, este preto e branco de uma cidade tão tão longe do interior. Eugénio era um sábio-poeta.
Bjs
Só podia ser Eugénio de Andrade. Fotografias lindas mas eu sou suspeita, adoro Lisboa antiga
Mas que ambiente!
Escutar o trinar duma guitarra ao ler um poema assim e contemplar imagens como essas, tão nossas, só posso dizer que tenho... SAUDADES.
Abraços de vida, querida amiga
Curioso que nunca vi juntar Eugénio de Andrade a Carlos Paredes. Ao calhas vai-se a ver não há nada para ligar quando tudo já nasce ligado...
Abraço.
jorge
Lisboa dos meus verdes anos que são os nossos...
Obrigado
Fotos e um poema de EA. Lindo!
Gostei muito!
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