Deixemos descansar o ainda pouco conhecido Botafogo, a turística Copacabana, a popular Ipanema e o sofisticado Leblon, e passeemo-nos tranquilamente pelo Aterro do Flamengo, a paisagem que da "minha" janela enxergo quando estou em casa, no Rio. Magnífico parque urbanístico e paisagístico com mais de 7 quilómetros de extensão, está instalado em terreno que nos anos 50 do século passado foi roubado ao mar.
Pode ser apenas um parque onde se faz "jogging" ou se disfruta de um dia de praia. Mas pode ser também uma lição sobre inúmeras árvores exóticas ou sobre palmeiras que florescem uma única vez na vida e depois, tristemente, morrem. Ou ainda, se quisermos, um local de encontro com a arte, seja no Museu de Arte Moderna ou no Monumento ao Soldado Desconhecido.
E pode ser também o sítio ideal para encontrarmos o Lula e a Marisa, que fizeram de um dos canteiros do parque o seu lar ao ar livre.
De novo à "minha" janela vejo em frente o Parque do Aterro, o das múltiplas possibilidades. Os meus olhos contudo fogem já até ao céu cinzento anunciando Lisboa e eu deixo-os voar, numa despedida serena. Hás-de voltar, dizem-me as gaivotas. Por agora, "vou com as aves"...