Quantos amores, nascidos no silêncio destas paredes, sobreviveram ao passar dos tempos? Onde estão as crianças que brincaram nestes corredores mais longos que a mais longa estrada?
Que é feito dos sonhos das mulheres e homens que, diante destas janelas escancaradas, decidiram mudar o mundo?
Não há estorvo para a imaginação quando interrogo a velha casa...
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In a sentimental mood, Sonny Rollins and The Modern Jazz Quartet
Sempre vejo com tristeza uma casa em ruínas. Confesso que dói cada vez que penso na casa onde cresci, que foi derrubada para dar lugar a um supermercado. Em lugar nenhum do mundo encontarei a minha casa, pois era aquela. Muito intensas suas palavras a cada imagem. Abração.
Belíssimas fotografias. Deste vida à casa, com a tua presença. Talvez até tenhas acordado suavemente os fantasmas (agora felizes), só eles podem responder às tuas interrogações.
Tantas as gentes em ruínas distribuindo um mal que nos sufoca o olhar. Tantas. E sabes como dói. E falo de "gentes em ruínas" porque há sempre uma história de ganância, estupidez, laxismo, maldade, em cada casa abandonada. Acho. Bj da bettips
A vida das pessoas dá imensas voltas. De entre todos que partiram dessa casa, cada qual a seu tempo, no seu tempo, quantos deixaram de prometer a si próprios que voltariam para que o património fosse preservado? Quase todos, ou todos, seguramente. Mas às vezes o desejos não se cumprem. Por mil e uma razões...
Quantos amores?, onde as crianças?, que é feito dos sonhos? Quando interrogas uma velha casa, não encontras estorvo para a imaginação. Mas tu não procuras respostas. Imaginas e fazes imaginar amores, vês e fazes ver crianças brincar nos corredores, refazes teus e nossos sonhos. Inspiras-te, naturalmente, na visita a uma velha casa. Visita que reconstituis ao som do Modern Jazz Quartet. É bom passar por aqui e ficar saboreando com os olhos e os ouvidos.
É interessante que eu também costume interrogar-me sobre as pessoas que viveram em casas com que me deparo, nos meus passeios,sejam em ruinas ou simplesmente antigas. Quem foram, como foram, quantas alegrias e tristezas por ali passaram!!!! Não sei porquê mas esses pensamentos surgem-me sempre. E a tua música, desta vez, trouxe-me a nostalgia de algo que eu, decerto, nem vivi. Como sempre considero este teu "post" tão belo e emocionante como os anteriores.
Quase que me apetecia restaurá-la aqui no Photoshop, não daria era para restaurar as possíveis lembranças. Fica como está, a única coisa que consigo imaginar era o Sonny Rollins com o sax naquele alpendre, juro que ficava a matar com o Milt Jackson no vibrafone mais o retenir dos copos quando lhe deitavam uma pedras de gelo ou a brindar pelos amigos...
As velhas casas em ruínas que existem por esse Portugal fora. Mais do que nunca, necessária a Reabilitação. O repovoamente destes espaços, destas terras, destas vidas. A nossa seiva. Um Portugal diferente. Mais Verdadeiro!
28 comentários:
Sempre vejo com tristeza uma casa em ruínas. Confesso que dói cada vez que penso na casa onde cresci, que foi derrubada para dar lugar a um supermercado. Em lugar nenhum do mundo encontarei a minha casa, pois era aquela.
Muito intensas suas palavras a cada imagem.
Abração.
Belíssimas fotografias.
Deste vida à casa, com a tua presença.
Talvez até tenhas acordado suavemente os fantasmas (agora felizes), só eles podem responder às tuas interrogações.
BJS,
GR
Belíssima sequência.
Como seria bom saber das respostas...
abraço
Não tenho respostas para as tuas perguntas. Também sei que não as queres de mim. Penso na casa-mãe e sinto uma certa nostalgia...
Tantas
as gentes em ruínas
distribuindo um mal que nos sufoca o olhar.
Tantas.
E sabes como dói.
E falo de "gentes em ruínas" porque há sempre uma história de ganância, estupidez, laxismo, maldade,
em cada casa abandonada. Acho.
Bj da bettips
A vida das pessoas dá imensas voltas.
De entre todos que partiram dessa casa, cada qual a seu tempo, no seu tempo, quantos deixaram de prometer a si próprios que voltariam para que o património fosse preservado?
Quase todos, ou todos, seguramente.
Mas às vezes o desejos não se cumprem. Por mil e uma razões...
Bjs
Pode ser renasça,quando renascer o país.
Nessa altura voltará a vida com algumas respostas.
Um abraço,
mário
Quantos amores?, onde as crianças?, que é feito dos sonhos? Quando interrogas uma velha casa, não encontras estorvo para a imaginação.
Mas tu não procuras respostas. Imaginas e fazes imaginar amores, vês e fazes ver crianças brincar nos corredores, refazes teus e nossos sonhos.
Inspiras-te, naturalmente, na visita a uma velha casa. Visita que reconstituis ao som do Modern Jazz Quartet. É bom passar por aqui e ficar saboreando com os olhos e os ouvidos.
Pena que a velha casa não dê respostas.
Beijinho
E podíamos indefinidamente continuar a perguntar-lhe sobre os sorrisos e amarguras que ela encerra!
Lindo post.
É interessante que eu também costume interrogar-me sobre as pessoas que viveram em casas com que me deparo, nos meus passeios,sejam em ruinas ou simplesmente antigas. Quem foram, como foram, quantas alegrias e tristezas por ali passaram!!!!
Não sei porquê mas esses pensamentos surgem-me sempre.
E a tua música, desta vez, trouxe-me a nostalgia de algo que eu, decerto, nem vivi.
Como sempre considero este teu "post" tão belo e emocionante como os anteriores.
Um beijo.
Ah! se ela falasse...
Das coisas que relamente me deprimem é ver uma csa em ruínas. Que histórias estarão por desvendar que justifiquem a degradação e o abandono?
Que linda ela ficaria restaurada!
Bjs
... uma vez mais
nem às paredes ...
Quase que me apetecia restaurá-la aqui no Photoshop, não daria era para restaurar as possíveis lembranças. Fica como está, a única coisa que consigo imaginar era o Sonny Rollins com o sax naquele alpendre, juro que ficava a matar com o Milt Jackson no vibrafone mais o retenir dos copos quando lhe deitavam uma pedras de gelo ou a brindar pelos amigos...
Temos o mesmo "defeito". Ficamos imaginando as histórias de vida que foram escritas em antigas construções. Mesmo que não estejam em ruínas.
Boa noite Justine.
As velhas casas em ruínas que existem por esse Portugal fora.
Mais do que nunca, necessária a Reabilitação. O repovoamente destes espaços, destas terras, destas vidas. A nossa seiva.
Um Portugal diferente.
Mais Verdadeiro!
conheço também e muito bem, uma casa assim... quase em ruínas e cheia de "vidas"...
"uc hugssssss"
vovómaria
Pudesse a casa responder-te...se calhar não daria as melhores notícias...ou talvez desse!
Dói ver uma casa a desmoronar-se com tanta memória dentro!
Abraço
Não há casa nenhuma destas que não tenha segredos...
Gosto de inventar histórias...a casa inspira-nos
Quando as vejo deixam-me sempre com um nó na garganta. Às vezes é tão triste a memória.
«As casas velhas são como as pessoas velhas: estão cheias de recordações»...
Um beijo.
se as casas pudessem falar
Bjinhos
Paula
Excelentes fotos, muito valorizadas pelo texto que as acompanha.
Abraço
Decididamente triste. E ainda uma bela casa.
Faz-me tanta pena ver as casas assim abandonadas! Quantos sonhos, quantas alegrias, quantos desesperos eas viram e depois acabam assim.
Mas também me atraem, não sei dier porquê.
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