ELEGIAZINHA
[i. m. nikita (gata da Inês)]
Gatos não morrem de verdade:
eles apenas se reintegram
no ronronar da eternidade.
Gatos jamais morrem de fato:
suas almas saem de fininho
atrás de alguma alma de rato.
Gatos não morrem: sua fictícia
morte não passa de uma forma
mais refinada de preguiça.
Gatos não morrem: rumo a um nível
mais alto é que eles, galho a galho,
sobem numa árvore invisível.
Gatos não morrem: mais preciso
- se somem - é dizer que foram
rasgar sofás no paraíso
e dormirão lá, depois do ônus
de sete bem vividas vidas,
seus sete merecidos sonos.
(in Parte Alguma, Nelson Ascher, Companhia das Letras)
.
My funny Valentine, Gerry Mulligan Quartet
15 comentários:
Muito lindo este poema específico para gatos. Mas bem se podia aplicar á Malu, a cadela labrador da minha filha Susana. Tanta saudade que nos deixou!!
A música perfeitamente adequada á "elegiazinha".
Um beijo.
Os gatos sim! ....como as pessoas! porque são pessoas.
Pois é!... mas também não é...
Porque ainda é cedo, nosso Mounti.
E porque a morte de alguém (e dos gatos...) é sempre para os outros, para os que sobrevivem.
Muito bonita a elegiazinha!
Que me deixou de lágrimas nos olhos: no mês passado perdi dois dos meus gatos...
So sad...
Gatos como cães. Não morrem porque nós não deixamos...
Gostaria de ter publicado isto quando o meu Boris partiu...
Gostaria de ter publicado isto quando o meu Boris partiu...
ficam para sempre connosco, cães , gatos e pessoas a mirar-nos do alto, a tomar conta de nós
Hoje vou ler isto ao meu Tobias
Gosto dos meus cães
a brincar com os gatos da vizinha
Bj
Um mimo o post , tanto pela foto como pela ternura do poema .
No mural do meu facebook há uma foto minha onde escrevi um poema teu...
Bom serão :)
E tem razão, só parte o físico, fica o gesto e o ronroneo para a eternidade... e os gatos possuem o dom de marcar as nossas vidas: neste momento lembro-me da Princesa.
Um grande abraço, querida amiga
Emoldurado pela LUZ
e pelo poema tão delicado.
Os gatos (também) do nosso ser, não só de estar.
Bj da bettips
Lindíssimo poema.
Na verdade os GATOS, não morrem!
Mil Bjs,
GR
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