Sinto frio e estranho-me.
Vejo o sol e tenho frio.
Um frio que me ficou de há muito, de um
tempo finito de encostas soalheiras,
de campaínhas azuis, de morangos maduros.
É um frio opaco, de despedidas e desilusões,
de cumes gelados, de abraços esquecidos
nos jardins da infância.
Um frio de animais abandonados nas bermas,
e quem diz animais diz irmãos, amigos,
expostos à devora, à avidez da nova selva
que não tem fim, não tem fim.
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(in O Livro dos Cansaços, Licínia Quitério)
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Comme une absence, Anouar Brahem
13 comentários:
Um frio, que nos trespassa ,pela a incerteza da vida!
Abraço ...e esperança
Só as fontes do nosso desespero têm calor. Bom fim de semana!
Beijinho
Eu sinto frio, sinto saudades, sinto medo...
Bjs
Um frio antigo e frio que nos vai roubando o calor.
A foto é dos meus "mundos". Dos frios que eu tão bem conheço e de que tanto gosto...
Ajeito-me ao frio, afoito-me ao sol, estranhar, estranhar, estranho a chuva...
abraço!
jorgesteves
www.tintapermanente.pt
Partilho do mesmo mal, Justine. Hoje o dia ainda manheceu agradável, mas depois levantou-seo vento e está de gelar.
Diz a meteorologia que para o final da semana vamos aquecer.
Boa semana
gostei do poema da Licínia Quitério!
Licínia e eu com frio continuamos nesta Primavera desgarrada.
Abracinho
Imagens que dão frio. Também tenho frio!
Por fim choveu, para molhar a festa, mas a FESTA seguiu!
Abraços de vida
Este frio que nem a palavra aquece...
Bj
da bettips
Acabei por encomendar o livro à Licínia, e já o tenho. Aproveito para te agradecer teres feito aqui a sua apresentação.
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