O menino sentia-se diferente. Diferente dos outros meninos que, sem se questionarem, continuavam a repetir os hábitos familiares e tradicionais, mesmo que daí não resultasse alegria. Mesmo que isso representasse uma espécie de CAPITULAÇÃO. A tradição queria-os a jogar boxe para se tornarem homens, e eles aprendiam boxe e contentavam-se com o prazer FALAZ de um elogio ou de um GALANTEIO ao fim do treino. A tradição queria-os mineiros em adultos, e eles mineiros seriam, sem perguntas nem ambições.
Ele era diferente. Ele queria erguer os olhos da ESCURIDÃO do quotidiano e alargá-los para horizontes de LIBERDADE. Ele queria chegar ao mundo da HARMONIA e da audácia. O menino sentia-se com forças para, num GESTO transgressor, criar asas e ser pássaro e não pedra, e viver em SINTONIA com o sonho que o preenchia. Ele queria dançar.
Foi duro enfrentar o preconceito e a intolerância. Por vezes o ESFORÇO parecia superior às suas frágeis forças, ou às forças que o seu frágil corpo fazia adivinhar. E no entanto permaneceu sempre, obstinada e corajosa, a vontade de ser pássaro. O SENTIMENTO seguro de que poderia voar em direcção a uma qualquer LUZ apenas pressentida, para além do abismo dos dias taciturnos.
Chegou a ser um grande BAILARINO.
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(tendo ainda na memória Billy Elliot, de Stephen Daldry)
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(7º Jogo das 12 Palavras)