terça-feira, 3 de junho de 2008

Aos Jacarandás de Lisboa


São eles que anunciam o verão.
Não sei doutra glória, doutro
paraíso: à sua entrada os jacarandás
estão em flor, um de cada lado.
E um sorriso, tranquila morada,
à minha espera.
O espaço a toda a roda
multiplica os seus espelhos, abre
varandas para o mar.
É como nos sonhos mais pueris:
posso voar quase rente
às núvens altas - irmão dos pássaros -,
perder-me no ar
...
...
(Eugénio de Andrade in Os sulcos da sede)



40 comentários:

Anónimo disse...

Depois de abrir o teu post, fiquei. Fiquei parado. Lendo Eugénio de Andrade, "ouvendo", saboreando sons e poema e luz, beleza saíndo do teu "arranjo".

Sacudi o doce torpor e fui ao "google"!
Sabias que há um... "condomínio dos jacarandás"... o ideal para os "seus filhos-meninos", diz um blog-anúncio?
Que os automobilistas de Lisboa estão irritados com os jacarandás, diz uma reportagem do DN?

Maria disse...

Que lindas fotografias, Justine!
Também eu gosto de jacarandás e das cores que os vestem.
Apetece "perder-me no ar", como diz o Eugénio de Andrade.

(gostei do comentário do lisboeta com emorsos...) :)))

Rui Caetano disse...

Uma bonita homenagem à beleza natural desta árvore.

Anónimo disse...

Eugénio de Andrade! e... os jacarandás da minha ilha!!!...
obrigada, Amiga!
lindas, lindas fotos! até dá para imaginar o mar por perto...
quando te florescem as glicínias :)?... já aconteceu, "penso eu de que"... :)...
beijocassssssss
vovó Maria.

mariam [Maria Martins] disse...

deliciosas!
as imagens e as essas palavras eternas...

um sorriso (anil-azulado) :)

JPD disse...

Há vários no jardim adjacente à Praça da Ribeira; na Defensores de Chaves,...

Em flor, são lindíssimos!

O poema é excelente.

Não sei se lês no Público as crónicas do António Barreto: não há ano que passe que não assinale o facto.

Rosa dos Ventos disse...

Lindos estes jacarandás e belíssimo o poema que acompanha as imagens!

Abraço

Duarte disse...

Geralmente é uma árvore que resiste as temperaturas adversas, mas sem duvida que se sente muito feliz com as temperaturas de Lisboa, ou como as de Valência, pela humidade. Neste momento a Avda. das Cortes Valencianas, a um lado e ao outro da mesma, está com as Jacarandás em flor, que depois cobrem o chão, como um tapete que dá pena calcar. Mais tarde aparecem as folhas com essa forma tão atractiva, em folíolos, e posteriormente essa semente arredondada que escurece acabando por abrir, e cair, no fim do Estio.
Tive uma no meu jardim. Era um deleite contempla-la em flor, pois a cor, para mim, é uma das mais bonitas. Com os meus problemas daltónicos, diria um azul violáceo, mas do meu agrado. Corrigiram-me, que é lilás, e até pode que esteja mal dito, se é assim, corrige-me sem pudor.
Fizeste-me feliz por um momento, recordando-a!

Mar Arável disse...

Eugénio de Andrade

desde sempre

até sempre

G.A.M.N.A.A. disse...

PORQUE SIM !

E PORQUE SIM !



SUGIRO-LHE O GAMNAA!

VISITE-NOS!

COMENTE-NOS!

un dress disse...

jacarandás aguarela :O)

Sal disse...

Cá está um poema
completamente transbordante
de beleza.
Acompanhado dos jacarandás...
mais belo ainda..

Beijinho grande

Pitanga Doce disse...

Há uma Avenida em Coimbra que é cheia deles.São lindos e no dia da Queima estavam assim cheiiiinhos.

beijos e aceitas um chá?

mena maya disse...

Jaracandás florindo na cor da magia e da alquimia...

Só se pode ficar encantado!

Um abraço

Licínia Quitério disse...

"O nome decerto lhe foi dado por vozes quentes, tropicais. Só cantando o podemos dizer, a saborear-lhe as sílabas, prolongando a alegria da tónica: Ja-ca-ran-dáá. As flores brotam, triunfantes, decididas, a pincelar o negro dos braços nus. Dizem li-láás nos nossos olhos, na sala de espera de mais um verão. Retiram-se, discretas, quando o recorte verde das folhas se anuncia. Todos os anos as procuro nas velhas ruas da cidade. Receio que um dia lá não estejam. Quero que fiquem para contar do meu sorriso sazonal e da minha voz dizendo a quem passa: Vejam como estão lindos. Já floriram os ja-ca-ran-dáás!!"

P.S. Desculpa, mas não resisti. Eu escrevi isto há um ano. Que Eugénio me perdoe o atrevimento.

Um beijinho.

samuel disse...

Mas... Sonhos pueris porquê?
Voar rente às núvens altas, ser irmão dos pássaros e perder-me no ar... não é perfeitamente normal?!...

Abreijo

Anónimo disse...

Este "quarteto" é uma caixa (e com música...) de surpresas, um alfobre na terra úbere de uma "dona" que aqui nos abre sulcos por onde correm fotos e textos e sons que por aqui nos prendem, fazendo-nos sentir vivos e comunicantes. Com a natureza (onde "um gato adoptado como especial... e que é), com os outros.
E como se não bastassem as suas "obras" e esolhas, logo há visitantes que querem estar à altura delas. E estão, sem terem nada que pedir perdão a Eugénios....

Reividincando o estatuto de admirador nº 1 (do blog...), feliz por não ser o admirador "nº único" (do blog...).

Boa Lingua disse...

Até emocionam as nesgas de púrpura que nos espreitam em várias esquinas da cidade...
Nada como um passeio de vespa a visitá-las. D. Carlos I, Rodrigo da Fonseca, Lg. de Santos são os meus spots de eleição!
Fim da tarde, hora ideal!
(Também gosto de sentir as suas lágrimas na cara!)
Viva a Jacaranda Mimosaefolia!
Agradecido com beijos repenicados, Justine. Pelas fotos e pelas palavras!

Lúcia disse...

Ao entrar aqui, hoje, sinto-me, assim... solene. Num simples post, tanta coisa bela.
Beijos

Carla disse...

adoro jacarandás na sua beleza plena...e que belas palavras das de Eugénio de Andrade
beijos

Um Momento disse...

Mas que bela partilha:)
E que lindas imagens!
Grata Justine:))

Deixo um beijo deveras agradecido!!

(*)

Fernando Samuel disse...

O poema e as fotografias (ou as fotografias e o poema) são outras fotografias e outro poema: mais belas, mais belo...
Beijo amigo.

Nilson Barcelli disse...

O belíssimo comjunto formado pelas palavras, pelas fotografias e pela música, revela o bom gosto que tens.
Muito bonito, parabéns.

Beijinhos.

Anónimo disse...

gosto muito de jacarandás e de Eugénio de Andrade também. Ah! e de vir aqui, claro!

osátiro disse...

E houve uns tempos que foram maltratados...

Rosa dos Ventos disse...

Agora é que eu vi!
Foste à Feira do Livro?
Estão um espectáculo...

Abraço

GR disse...

Porque razão nunca vejo Lisboa, assim tão linda.

Belíssima foto e poema.

GR

~pi disse...

pura aguarela -

- ja ca ran dá! :)




~

Eremit@ disse...

e eu com saudades de me passear no meio delas olhando-as.
Mas vim por razões mais prosaicas.
Há dois dias que eu e mais algumas pessoas trabalhamos para o nosso projecto e os e-mails que envio para a tua cx vêm devolvidos. P.f. vê o que se passa.
abraço fraterno

panapunk disse...

La muerte no es el final.

mdsol disse...

Justine:
combinação para me deixar K.O
(sim que eu volta e meia estou por cá e tb os vejo e tb os fruo e o tio Eugénio é a paixãoo que piblicamente anuncio branco no branco!)
post lindérrimoooooooooooooo
:)

Anónimo disse...

jacarandás guardiões de um templo, de um tempo, no poema de eugénio de andrade. e os teus jacarandás aqui belíssimos - pulmões ou asas abertas no céu? não interessa.é de respirações e voos, este espaço.

belíssima composição, cara justine.

M. disse...

A delicadeza das cores nas fotografias e nas palavras. As do título e as de Eugénio de Andrade.

Heduardo Kiesse disse...

genial, claro!! :-)

scaramouche disse...

lindo demais.

scaramouche

Manuel Veiga disse...

gosto desse azul...
no sensível equilibrio das palavras do poeta

Justine disse...

A todos os amigos que gostam de jacarandás, de Eugénio de Andrade e de Chopin desejo um BOM FIM DE SEMANA.

Aos outros também...:))

Anónimo disse...

Cada amigo meu, é um jacarandá!
Não teve muita piada pois não?
abraço

Alberto Oliveira disse...

Estes jacarandás
não animam só Lisboa
ao meio à frente e atrás
e até alguns à toa

há-os por tudo e por nada*
nas freguesias de Almada.




* O exagero é apenas para rimar...

jawaa disse...

Desculpa, Mounty, mas este post tirou-me a respiração...