sexta-feira, 24 de abril de 2009
Tempo de Poesia
Todo o tempo é de poesia.
Desde a névoa da manhã
à névoa do outro dia.
Desde a quentura do ventre
à frigidez da agonia.
Todo o tempo é de poesia.
Entre bombas que deflagram.
Corolas que se desdobram.
Corpos que em sangue soçobram.
Vidas que a amar se consagram.
Sob a cúpula sombria
das mãos que pedem vingança.
Sob o arco da aliança
da celeste alegoria.
Todo o tempo é de poesia.
Desde a arrumação do caos
à confusão da harmonia.
.
António Gedeão, Obra Poética
.
Verdes Anos, Carlos Paredes
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49 comentários:
Mais um feliz momento neste blog!
Mais um de entre muitos, é claro!
De António Gedeão o que dizer? Para mim...não há palavras. Acho que ele tem poesia tão boa, de tanta qualidade, que não é fácil comentar.
Eu digo apenas - Lindíssimo!
Obrigada pela partilha.
Ah! uma palavra para a música - Paredes...dizer o quê, também??? Verdes anos, uma belíssima composição.
Beijinhos
Mariazita
PS - Amanhã vou publicar um post em homenagem à Revolução de 25 de Abril, em que entra um poema do Humberto-Poeta (entre outros).
Justine
Gostei tanto do post que esqueci um favor que quero te pedir...
Não te importas de me dizer como se insere música no post?
Eu tenho música de fundo no meu blog, mas para inserir no post é diferente.
Se puderes ajudar-me ficar-te-te muito grata.
Beijinho
Mariazita
Lindo o poema e as papoilas, que adoro.
Beijinhos
Nunca resisto a António Gedeão.
Em todos os seus poemas há tanta verdade e ironia feroz, como inocência e boçalidade.
Um bom exemplo para reflectir, nestas comemorações do 25 de Abril
Exultando, o momento de poesia, lembro:
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive
(Ricardo Reis)
Toda a papoila é um poema
na seara do vento, Justine.
E mais não digo, fico a ouvir e a ler.
E a deixar-te um abraço!
:)
Justine,
...'todo o tempo é de poesia...' assim o queira o 'olhar' e o coração.
Obrigada por todas estas partilhas, aqui tenho estado a 'deliciar-me' com tudo o que ainda não tinha visto ... tenho andado pouco presente :( desculpa.
bom fim-de-semana
um grande abraço(aos dois), uma festinha ao Mounty e o meu sorriso (de sempre) :)
mariam
Sem dúvida: todo o tempo é de poesia - e muitas vezes de poesia muito boa...
Um beijo.
Linda esta tua flor de Poesia aqui.
Eu concordo totalmente com o António Gedeão. Todo o tempo é tempo de poesia.
ainda bem que assim o é!
e é mesmo assim para acender os momentos em que o tempo se apaga...
haja poesia!!
teu beijo imenso
do teu miudo
Heduardo
:-)
"Uma papoila voava, voava..."
Amanhã é dia de papoilas...
A música de Carlos Paredes parece que ainda dá mais força ao poema de Gedeão.
A Poesia de António Gedeão em simbiose plena com a maravilhosa música de Carlos Paredes e temos um momento, ele próprio
da melhor Poesia!
Bj
António
Bem! Depois de tanta poesia só me resta mandar-te um beijinho
deste teu prosaico amigo
Papoilas
Papoilas vermelhas
Entre verdes trigais
Corados por sol de estio,
Ventos ondulantes
Que atiçam...
Inchando velas
De campos silvestres;
Lenços que cobrem a seara;
Chapéus até às orelhas;
Pinheiros de copa baixa,
Poucas casas,
menos gente;
Fumarada,
Chão ardente.
A inspiração que me deixas...
Beijo-te
Diria que este post tem a tua cara...
E sendo todo o tempo tempo de poesia, estas papoilas têm a cor de Abril, de todos os meses, de todos os dias...
Beijos e um cravo Vermelho
Justine:)
Entrei neste lugar aprazível; O tempo aqui não passa, porque quem passa é a poesia das palavras vividas no coração poético de quem assim, ,melodiosamente vê e saboreia a vida!
Gostei muito "Daqui" :)
bjos
Pj
Que linda ilustração para o poema de Gedeão.
Um beijo e um bom dia de liberdade!
e tempo de me soltar
Jokas
Paula
Justine,
E hoje, de novo, mais do que nunca!
Um bom 25 de Abril!
Todo o tempo é de esperança.
Esta, reverdecida cada ano em vermelho-cravo! Verde-palavra!
Bj
E a poesia ajuda-nos a viver os dias.
Lindo post.
Um bj
GR
é bom voltar aqui, fotos, textos, essa música. Maravilhoso vir aqui.
Maurizio
António Gedeão, Carlos Paredes, Verdes Anos e Papoilas Vermelhas...
Tudo tão nosso nesta manhã que também nasceu clara e luminosa!
Abraço neste 25 de Abril
Precisamos de encontrar poesia na vida, para superar os momentos mais difíceis
beijos
Tempo de não esquecer Abril!
:)Beijinho*
E todo o tempo é de Poesia nas simples e belas palavras do António Gedeão! Muitos beijos e obrigada pela partilha.
VivAbril no abraço e na voz, aqui e agora!
:)
Justine,
Tempo de poesia é todo o tempo.
Em Liberdade.
Beijos grandes
Tempo de poesia, tempo de música, tempo de recordação e porque não...tempo de esperança?
Beijinhos.
O equilíbrio
na assimetria
25 de ABRIL
de novo
Porque, nem antes nem depois, a revolução das mentalidades me deixou de comover e empolgar, Justine.
Bjos
Com papoilas e palavras-papoilas:
Bom dia 25 de Abril!
:)
Olá, Justine
Venho do "Histórias" agradecer a tua visita e comentário.
Muito obrigada!
Quanto ao assunto da música já sei como fazer. Tinha uma certa urgência por causa do post de hoje, mas afinal resolvi não incluir. Achei que ficava melhor sem.
De qualquer modo muito obrigada.
Beijinhos
Mariazita
*
um contributo
,
Eu sou português
aqui
o português sem mestre
mas com jeito.
Eu sou português
aqui
e trago o mês de Abril
a voar
dentro do peito.
Eu sou português aqui
,
in-José Fanha
,
brisas de liberdade,
,
*
Poesia boa. Este país é fértil em poetas. E em que outro país uma revolução começa tendo como sinal uma música a passar na rádio?!:)
Um cravo vermelho para ti, poeta Justine, que nos enfeitiças com os teus belos posts e belas fotos.
A poesia, só por sorte, ficou fora dos 7 pecados mortais, tal é o prazer que nos provoca!
Tal é o seu poder, em certas ocasiões.
beijinhos
e VIVA ABRIL
Verdes são os campos,verdes anos a música que acompanham este espanto de poema!
O verde da esperança que chegue a revolução nos corações dos homens...
Beijinho
Depois de 40 comentários, cá venho eu. Dispensável seria? Decertro, mas também quero aqui estar, e devo dizer que estou porque aqui venho ouvir (ah!, o Carlos Paredes), e ver (como sairam as fotos em post), e ler (ah!, o Gedeão).
E, já agora, dizer que muito me lembrei do Zé Gomes e o seu
Oh!, pastor que choras/O teu rebanho onde está?/Deita as mágoas fora,/carneiros é o que mais há/.../Quem te pôs na orelha/essas cerejas, pastor?/São de cor vermelha vai pintá-las de outra cor/Vai pintar os frutos,/as amoras, os rosais.../Vai pintar de luto/as papoilas dos trigais!
E isto com música do Graça! E tanta estória e História...
Mas... está tão bem assim!
Antóneo gedeão, pois então...
E o gato não se rebola nas papoilas?os meus estão encaixados no puf a ressonar
bjs
gritos de papoilas nas paisagens, discretos murmúrios de rosas bravas...
marradinhas afectuosas, justine.
Dos poemas do meu preferido Gedeão, este é um dos meus preferidos e com a cor das papoilas e da música... lindo!
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Bonito poema...Versos fortes, expressivos!
Obrigada, por compartilhar...
Beijos de luz e uma semana feliz, Justine!
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Gracias por este momento de poesia, me ha gustado mucho
saluditos
Olá
Papoilas lindas estas e palavras poéticas que aqui venho ler e encontar!
Beijos estrelados
Beijinhos em forma de poesia!
:))
Este blog é um poema!
E esta magnifica composição de Gedeão é uma das poesias minhas preferidos desde a adolescência.
Foi magnifico encontrá-la ao som de Carlos Paredes.
Por duas vias belissimas trouxe-me à memória os meus Verdes Anos.
Um beijinho com amizade.
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