E procuro o silêncio na dignidade das pedras originais, nos corredores misteriosos inundados de luz, nos pátios onde os monges que não partiam fingiam viajar, meditando.
Os cavaleiros que de Cristo se chamavam serviram os homens enquanto deles se serviam. De arrogância e avidez se alimentaram, até se transformarem em estrelas cadentes, desaparecendo na terra após fugaz brilho.
Hoje, permanecem intactas as pedras e a memória dos actos.
.
Mascagni, Intermezzo Simfonico de Cavalleria Rusticana
(Berliner Philharmoniker Classical, Karajan)
36 comentários:
Sem dúvida!!
Lindas as tuas palavras. Bem como as fotos.
Beijinhos.
Formalmente... excelente.
Para ver e ler e ficar saboreando.
Depois... tem que se lhe diga. Dir-te-ei!
Neste momento, caminhando pelas pedras que tu mostras, as tuas palavras soam como o eco das minhas.
Um abraço, Justine.
Que pedras lembrarão a memória dos actos de certos "cavalheiros" de agora?
Campaniça
*
muralha épico
de pedra, aço
empedrado sustentáculo
contra marés e ventos
lamentos soprados
das procuras fátuas
olhares de pedra
na porta do horizonte
suportando as memórias
de rochosos poemas,
,
empedradas conchinhas, deixo,
,
*
Ó minha querida, se procuras o silêncio e os corredores misteriosos e inundados de luz...vens pro lugar errado. Isto aqui é um barulho só e está uma fornalha aberta. Socorro!
Justine, então e os gatos? Ou um, p'lo menos!
Porque uma das coisas mais bonitas que vi até hoje, foi Óbidos ao fim da tarde, com os seus gatos deitados p'las escadas e ruelas.
Nada é mais repousante e enternecedor que a paz de um gato a dormitar.
Um abraço
É o silêncio que adivinho nestas pedras que me apetece.
Um abraço
Na verdade do silêncio
das pedras
Belo texto
Lugar esplendoroso.
Cadinho RoCo
Felizmente que a memória dos homens actuais não perdurará tanto tempo como estas pedras....
adoro o eco dos passos nesses sitios
hehe entao tou curiosa em relacao ao teu comentario no meu hihihi
Joka
Paula
Estive recentemente em Tomar e vim de lá extasiado com a Janela Manuelina.
Saudações
Excelente trilogia: as fotografias identificam o sitio, desgasto pelo uso e pelo tempo; as palavras, eloquentes, são as adequadas, precisas, ademais de belas na sua composição; a música acaba opor situar-nos num momento, que foi importante, decisivo.
Gostei imenso
Deixo-te um grande abraço
Estas pedras terão muitas coisas para contar, em silêncio.Umas boas outras menos boas.
Infelizmente, nos nossos dias, já nem pedras nem monges há e muito menos feitos de grandes homens. Hoje em dia os homens são tão pequeninos...
O texto? O texto está uma beleza, como sempre.
Beijinhos
Serão elas sempre virgens de silêncio...as pedras!
Belíssimas fotos!
Beijo
O silêncio das pedras... são bbbbbbbbbalsâmicos para o espírito...
Também procuro esses cantos para me recompor , por vezes, com a vida...
:))
O grandioso dos ecos, dos espaços,das pedras, dá-nos o sentir sublime.
Eis-me Deusa e cavaleira... :)
Abraço e mil beijos, Justine
Lindas fotos.Poderosas pedras que felizmente não podem contar em voz alta as misérias humanas que presenciaram,as palavras e pactos tenebrosos feitos à sombra de serviços divinos para servirem os poderosos e ambiciosos de mais poder.Por isso elas são belas na rudeza do talhe e pedem que as contemplemos e até que as abracemos
Kinkas
Uma verdade actual.
Hoje em dia já não procuramos as pedras e os monumentos do interior do País para conhecimento, enriquecimento intelectual ou simples fruição do lazer.
Hoje já procuramos estes lugares para fugirmos ao permanente esmagamento da nossa capacidade de vivermos como seres humanos... Hoje estes locais dão-nos a paz necessária ao nosso equlibrio espiritual.
Que belas fotos e que bela escolha musical. Neste seu post encontrei também verdadeiros momentos de pura libertação.
Bem-haja por esta sua partilha magnifica!
magnífico enquadramento
e gostei muito de ler
beijo
as pedras contam estórias, algumas talhadas contaram carros de bois , exercitos, saltimbancos, outras talhadas e arrancadas formaram barulhentas barricadas no "quartier latin", poucas voam numa intifada, muitas constoem muros que albergam ou dividem, não tão poucas são tumulos faraónicos...mas a maioria observa-nos silenciosas, desgastadas pelo vento e a chuva, arrastadas pelo gelo, cuspidas eruptivamente...de quantos actos heroicos se contam a estória da pedra?
nas mãos de quem as quer como meio para transformação do mundo, são pedras. as mãos podem ser nobres ... ou não.
bela viagem a tua. e belas fotos.
abraço do vale
raios e eu que sou curiosa por natureza hahahaha
espero que tenhas tido um bom dia
Jokas
Paula
De pedras
como casas
(nossos humildes costumes tão longe delas)
alimentamos memórias, desculpamos coisas antigas, a beleza perde-nos e fica tão longe, mas tão longe, da realidade dos dias.
Em que os cavaleiros têm outros nomes, nem uma "fé" lhes acode aos actos.
Bjs
Se a lição servisse aos cavaleiros de cristo dos tempos actuais...
Um beijo.
E nós com coisas tão belas perto ...
Mergulhar no passado é revigorante, por vezes!
Abraço
Fotos espectaculares e palavras a condizer!
Ahahaha! O chinês chegou antes de mim!
Poeta Justine. É o que tu és: poeta e linda.
Beijos aos 3
:)))
Bela poesia, inspirada nas fotos da terra do meu maridão!
Bjs
OLÁ
Trago-lhe notícias:
Passado o dia 21 – da inauguração, venho comunicar a quem estiver interessado, que no site da “Biblioteca” está a divulgação assim como um texto sobre a exposição, uma foto minha, além de mais três parágrafos falando de como decorreu a inauguração com a presença do Sr. Presidente da Câmara de Alpiarça e outros Vereadores.
Site da Biblioteca de Alpiarça:
http://www.alpiarca.pt/biblioteca/index.html
Tendo havido algumas reclamações da parte de bloguistas, aquando as outras exposições que fiz, sobre o horário de visita coincidir com o horário laboral das pessoas, desta vez existe uma outra alternativa – aos sábados de tarde a “Biblioteca” está aberta ao público das 14h 30m às 19 horas.
Para aqueles que queiram uma visita guiada feita por mim, explicando o que representa cada imagem, bem como conhecer-me pessoalmente, estarei lá, na “Biblioteca de Alpiarça” no último dia da mostra, que será no sábado – dia 12 de Dezembro.
Para os que estiverem a pensar lá ir nesse dia, agradeço que me digam, através dos comentários no meu blog, para vos dizer a que horas penso lá estar, coincidindo com a vossa disponibilidade,
porque às 19h a porta fecha e de seguida, desmancharei a exposição.
Beijinhos.
Bom fim de semana.
«Tens um coração de pedra! pois matas os infiéis sem dó nem piedade. Mas fazes-me jeito para espalhar a justeza da nossa doutrina. Vai com Deus e se conseguires regressar, diz-me a quantos conseguiste converter pelo fio da espada.» arengou o monge para o cavaleiro de Cristo, não sem antes consultar o Google Map imaginando outras terras e outras gentes, de crenças diferentes e hábitos diversos. O cavaleiro de Cristo rezou apressadamente três Avé Marias, dois Padres Nossos, ajustou o blaser-armadura Boss e voou literalmente no topo de gama de muitos cavalos a caminho de São Bento. Mudas, as pedras registaram tudo, fazendo História.
por vezes choram as pedras,
outras,
sorriem
sem olhar pra trás :)
beijo, justine
~
Assim foi, e é, como descreves.
A memória tem que ficar mesmo.
As pedras, essas, foram muito bem tratadas nestas fotos.
Bom domingo.
E quantas histórias guardarão nas suas pedras...
bjs
As coisas bonitas que tu vês e sentes e partilhas...
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