Dentro ou fora do museu, tanto faz: lá dentro, o que foi; cá fora, o que é. A realidade parece apenas o reflexo da perda, e a reaprendizagem dos ritmos continua a ser uma tarefa árdua.
Que sorte a minha! A ver as fotos, que me parecem ainda vivas, a ler o texto e a fazer a sua/todas as reaprendizagens, a deixar-me envolver pelas reminiscências do Chopin. E mais: a ler o comentário do Fernando Samuel com aquela lindissima atitude de se caiarem as casas antes de ser preciso... para que estejam sempre caiadas! Que sorte a minha nestes minutos!
Tocante esta reportagem. Assim uma cidade nova de gente que não está lá. É um cenário muito estranho. Falta-lhe a vivência do tempo e das gentes. Um erro, um equívoco lamentável.
Estive la há tempos e tive a sensação que aquelas pessoas não gostavam de viver naquele ambiente de plástico. Tiveste a mesma sensação? Em realação à pergunta que me fazes no CR: Não tenho nenhuma tabela, mas sei que, pela minha passada m´dia, 10000 correspondem a um pouco mais de 7 quilómetros que demoro cerca de uma hora a percorrer.
Ainda não estive na nova aldeia. Conheci a 'antiga' pouco antes da submersão. Ao que parece, reemergiu o seu reflexo e, como todos os reflexos, representará o original mas de certo não o substitui. Um abraço e um agradecimento pelo belíssimo vislumbre do que nos espera :)
um dia hverá gatos a esgueirarem-se pelas esquinas e cães a ladrar a sombras desconhecidas. e cotovelos nos peitoris das janelas baixas e olhos a ver quem passa.
Este piano!... desloca-me a um mundo maravilhoso do qual não quero sair. Quando comprei o primeiro disco de Maria João Pires, estive o dia inteiro a escutar a arte de tocar o piano... nunca me canso!...
O ambiente transmite paz, serenidade. E o que ali se vê?
Nunca lá estive, mas fez-me lembrar Vilarinho das Furnas: a beleza não consegue subtrair a ideia de perda.
[não sei quando partes para Paris, mas não posso deixar de te desejar uma excelente estadia. Que venhas em estado de maravilhamento e renovação, como Paris é capaz de provocar :)]
Não conheci a outra, mas sei que gostaria de andar por essa, em dia de sol de Primavera, de mãos dadas com alguém. Faríamos o silêncio se encher de risos.
Eu não conheci a Aldeia da Luz ancestral. Esta que editas nestas magníficas fotografias, visitei-a há cerca de 2 anos. A primeira ideia saliente é as duas ruas, os eixos viários da povoação. Não tenho conhecimentos de antropologia e de urbanismo. Por essa razão não adianto comentário. Quando percorri as ruas da Aldeia, eram quse 13H. Já havia muito calor. As pessoas estariam a almoçar ou recolhidas. Vi duas ou três pessoas na rua.
Gostei de fazer o passeio à volta do Alqueva; de almoçar em Monsaraz.
Mantenho um gosto especial em viajar pelo Alentejo.
E as pessoas, Justine? Onde estão as pessoas? Viste algumas? Falaste-lhes? Tocaste-lhes e, nesses hipotéticos gestos, certificaste-te de que não eram meros figurantes, manequins de montra?
O silêncio dessa rua impecável, atormenta-me. Vida, precisa-se, vive-se: não se impõe - e já lá vai tanto tempo de. Lembro-me de ler sobre a mudança dos interruptores (???) instalados nas casas novas. Não sei mais. Gostei de saber/ler. Mas onde estão os girassóis, os homens às portas, os cães esquivando-se das esquinas...? Parece um cenário. Bjinho
Em trabalho conheci as duas aldeias - a nova e a velha - fiz as últimas fotos das crianças no recreio da velha , acompanhei a instalação da nova e posso dizer que se calhar não valeu a pena: as pessoas tornaram-se ambiciosas e conflituosas, algumas de estratos mais elevados não admitiram que outras de estratos mais baixos pudessem ter as mesmas instalações para as máquinas de lavar, para a internet, etc, embora não tenham nem uma coisa nem outra! As pessoas que lá ficaram e em especial os descendentes pensaram que iam enriquecer com o turismo e a venda de artesanato - nada mais errado, no princípio ainda se faziam excursões, agora a Luz perdeu a sua luz... resta o museu que vale a pena ver e voltar!
34 comentários:
Belíssimo: tudo: lá dentro e cá fora... estas casas «caiadas antes de ser preciso», como dizem por lá...
Um beijo.
Que sorte a minha!
A ver as fotos, que me parecem ainda vivas, a ler o texto e a fazer a sua/todas as reaprendizagens, a deixar-me envolver pelas reminiscências do Chopin.
E mais: a ler o comentário do Fernando Samuel com aquela lindissima atitude de se caiarem as casas antes de ser preciso... para que estejam sempre caiadas!
Que sorte a minha nestes minutos!
Reaprender
os sonhos
Bj
As memórias não são de clones. Belas fotos.
Tocante esta reportagem. Assim uma cidade nova de gente que não está lá. É um cenário muito estranho. Falta-lhe a vivência do tempo e das gentes. Um erro, um equívoco lamentável.
Falta-lhe a "alma" que se afogou no Alqueva!
Abraço
Ler os teus post, ouvir a tua música,faz-nos renascer a esperança.
São belíssimos.
Um beijo.
Não sei, não... Tudo é belo, mas há como que uma sensação de vazio por preencher, ainda.
Onde está a emoção? Não sei, não...
Abraço
Imagino o cenário.
Pois, está tudo muito bonito e bem recreado.
Mas não é, de certeza, a mesma coisa para as pessoas que viviam na antiga Aldeia da Luz.
Nem a vizinhança deve ser a mesma, imagino eu!
Encantador, minha querida Justine!
Postagem assim me alegra a alma....
Grata, amiga!
Enorme abraço!
Estive la há tempos e tive a sensação que aquelas pessoas não gostavam de viver naquele ambiente de plástico. Tiveste a mesma sensação?
Em realação à pergunta que me fazes no CR:
Não tenho nenhuma tabela, mas sei que, pela minha passada m´dia, 10000 correspondem a um pouco mais de 7 quilómetros que demoro cerca de uma hora a percorrer.
Ainda não estive na nova aldeia. Conheci a 'antiga' pouco antes da submersão. Ao que parece, reemergiu o seu reflexo e, como todos os reflexos, representará o original mas de certo não o substitui.
Um abraço e um agradecimento pelo belíssimo vislumbre do que nos espera :)
o teu blog faz-me sempre querer viajar e conhecer estes sitios todos. Ainda o uso como guia e visito-os :)
Um fim de semana lindo para ti :)
Eu vou conhecer mais uma praia :)
Bjinhos
Paula
um dia hverá gatos a esgueirarem-se pelas esquinas e cães a ladrar a sombras desconhecidas. e cotovelos nos peitoris das janelas baixas e olhos a ver quem passa.
assim espero.
e brincadeiras de crianças, talvez.
que é coisa que já raramente se vês nas nossas ruas.
Este piano!... desloca-me a um mundo maravilhoso do qual não quero sair.
Quando comprei o primeiro disco de Maria João Pires, estive o dia inteiro a escutar a arte de tocar o piano... nunca me canso!...
O ambiente transmite paz, serenidade. E o que ali se vê?
Grandes janelas! Muita luz! Vazio...
Um grande abraço de boa amizade
Não deve haver uma melhor maneira de dizer isto... nem de o ilustrar.
Beijo.
É o belo...vazio!
Mas cheio com Chopin...
Não conheço a aldeia, mas pela foto parece perfeita demais para ser uma aldeia genuína. Parece que algo não bate certo...
Beijos
Justine,
bateu a nostalgia ... a saudade da outra Luz que eu conheci...
Beijo com vontade de "roubar" estas fotos... lindas. posso?
Bfs com muita luz, querida Justine
Mel
Já a visitei várias vezes e vejo sempre tristeza no olhar das pessoas, apesar de eu achar a aldeia linda.
Bjs
Nunca lá estive, mas fez-me lembrar Vilarinho das Furnas: a beleza não consegue subtrair a ideia de perda.
[não sei quando partes para Paris, mas não posso deixar de te desejar uma excelente estadia. Que venhas em estado de maravilhamento e renovação, como Paris é capaz de provocar :)]
Não conheci a outra, mas sei que gostaria de andar por essa, em dia de sol de Primavera, de mãos dadas com alguém. Faríamos o silêncio se encher de risos.
beijos Justine.
E não estamos sempre a reaprender na vida?!
Mas esta trasladação de vivos... foi muito dura!
a praia foi uma maravilha :):)
Bjinhos
Paula
Eu não conheci a Aldeia da Luz ancestral.
Esta que editas nestas magníficas fotografias, visitei-a há cerca de 2 anos.
A primeira ideia saliente é as duas ruas, os eixos viários da povoação.
Não tenho conhecimentos de antropologia e de urbanismo.
Por essa razão não adianto comentário.
Quando percorri as ruas da Aldeia, eram quse 13H. Já havia muito calor. As pessoas estariam a almoçar ou recolhidas.
Vi duas ou três pessoas na rua.
Gostei de fazer o passeio à volta do Alqueva; de almoçar em Monsaraz.
Mantenho um gosto especial em viajar pelo Alentejo.
Bjs, Justine
Tenho muita pena de não conhecer.
Mas acalento a esperança....
E, Maria João Pires dá sorte...
Boa...
Beijinho
É lindíssimo, a cor, a tradicional arquitectura, tudo é de grande beleza.
Contudo, no meio de tanta beleza há um vazio.
Bjs,
GR
ponto e contraponto. na (des)harmonia do Tempo...
cumprimentos
O coração é transplantado... é resto é "perfeitinho".
Abraço apertadinho, apertadinho
E as pessoas, Justine? Onde estão as pessoas? Viste algumas? Falaste-lhes?
Tocaste-lhes e, nesses hipotéticos gestos, certificaste-te de que não eram meros figurantes, manequins de montra?
Belíssimo e sentido post. Obrigada. Beijo.
O silêncio
dessa rua impecável, atormenta-me. Vida, precisa-se, vive-se: não se impõe - e já lá vai tanto tempo de. Lembro-me de ler sobre a mudança dos interruptores (???) instalados nas casas novas.
Não sei mais. Gostei de saber/ler. Mas onde estão os girassóis, os homens às portas, os cães esquivando-se das esquinas...?
Parece um cenário.
Bjinho
Em trabalho conheci as duas aldeias - a nova e a velha - fiz as últimas fotos das crianças no recreio da velha , acompanhei a instalação da nova e posso dizer que se calhar não valeu a pena: as pessoas tornaram-se ambiciosas e conflituosas, algumas de estratos mais elevados não admitiram que outras de estratos mais baixos pudessem ter as mesmas instalações para as máquinas de lavar, para a internet, etc, embora não tenham nem uma coisa nem outra!
As pessoas que lá ficaram e em especial os descendentes pensaram que iam enriquecer com o turismo e a venda de artesanato - nada mais errado, no princípio ainda se faziam excursões, agora a Luz perdeu a sua luz... resta o museu que vale a pena ver e voltar!
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