O Silêncio
Dai-me outro verão nem que seja
de rastos, um verão
onde sinta o rastejar
do silêncio,
a secura do silêncio,
a lâmina acerada do silêncio.
Dai-me outro verão nem que fique
à mercê da sede.
Para mais uma canção.
(Eugénio de Andrade, in Rente ao Dizer)
32 comentários:
Neste silêncio
Dai-me, senhora, este verão
nem que seja o único,
onde sinto o rastejar
do trompete do Coltrane,
mitigando o calor do silêncio,
o vazio do silêncio.
Dai-me, senhora, este verão,
e outros se não pço demais...,
nem que fique à mercê da sede
e dos invernos
e do que os posts não dizem.
"Para mais uma canção" - Este Eugénio... cada calafrio...
Belo post, Justine
Beijinhos
Este céu que quase encosta na terra só pode ser no Alentejo. Estou errada, Justine?
É no silêncio das imensas planicies que o sol arde e a terra abre chagas à plenitude do verão...
Pelas fotos, pelos sentidos que leio nas palavras...gostei!
justine
adorei a tua selecção de fotos e a poética também, claro!
bjocas
Palavras para quê, Justine?
É Eugénio de Andrade mais a tua sensibilidade...
Abraço
Como eu gosto deste poema do Eugénio de Andrade! Nunca me canso de o reler! E sabes? Já o coloquei duas vezes lá no meu canto! Mas, é sempre um prazer relê-lo... também aqui com o enquadramento destas fotografias, que lhe acrescentam novos sentidos.
:)
Acho que o Eugénio de Andrade iria gostar destas imagens associadas ao seu poema...
.
......
.
A inebriante força da Terra - Mãe... no esplendor de um Verão!
.
[Beijo....@]
Eugénio de Andrade não era alentejano, mas a sua poesia não tem fronteiras, ainda menos, regionais, e que bem casam estas fotos com as suas palavras, e já agora com Coltrane...
Beijinhos.
Ai, O Alentejo, Eugénio de Andrade e esta música é muito para a minha pobre alma que hoje está demasiado cansada.
Acho que vou ficar por aqui mais um bocadinho.
Posso?
Beijinhos
Campos de verão donde a messe seca serve de pasto. Paisagem árida, faminta, marcada pela canícula.
Atenua, enriquecendo o conjunto, uns versos que só Eugenio pôde criar, e que tu, tão sabiamente, elegeste para decorar a campina, dum verão maduro.
Gostei muito
Abraços desde Valência
Registo o excelente enquadramento para o belo poema.
Cumprimentos
Que beleza, Justine...
Como o Alentejo "casa" bem com as palavras de Eugénio...
Um beijo
Belíssima esta "escadaria".
Contagiante, esta sede de imagens e palavras!...
abraços!
A lâmina acerada do silêncio... lá onde a terra acaba e o céu começa...
Sabemos o que encontramos e onde, querida Justine. Essa é uma alegria que irrompe nos silêncios.
Até nos meus...
Um beijo, amigaminha
dai-me uma deixa
uma sede uma raiz
sem fim
dai-me esse espaço
onde leite me deite
onde me seja
onde me diga
em mim
~
A poesia do Eugénio de Andrade... as fotos... a musica!
Olha...fico com tudo, OK
É bonito... mas tem dias em que é demais.
Lindíssimo post.
Beijinhos e... boas férias!
dai-me o sol e o seu brilho intenso
dai-me o brilho das mãos...na areia da praia
dai-me um novo verão onde os sentimentos sejam quentes como qualquer verão que se preze
...lindo trabalho
beijos
Olá Justine, belas fotografías...Belo poema...Espectacular...
Beijos
Ai que bom passar por cá.
Que bom ler Eugénio, que bom ver estas fotos, que bom..
beijinho
gostei muito! de tudo!
um sorriso (amigo) :)
gostei muito... as cores quentes... o silêncio feito canção. obrigada.
bom resto de semana
um sorriso :)
Tanta beleza.
Como Eugénio gostava do silêncio Alentejano.
O teu olhar é prodigioso!
Bjs,
GR
Uma bonita paisagem desenhada pelas palavras de Eugénio de Andrade...
*
As palavras de Eugénio de Andrade e a beleza incomparável... do Alentejo (?). Perfeito.
Voltei!!
Já tinha saudades.
verão de cigarras. ardentes...
belíssimo.
Bonitas imagens....
"A lâmina acerada do silêncio..."
...
Um abraço.
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