Sei que há diferentes olhares sobre a mesma verdade. É até provável que haja múltiplas verdades. Neste caso, olhando para dentro, vejo os gatos da cidade, bem tratados, caseiros e levemente aborrecidos. Mas sempre majestosos.
Olhando de dentro para fora, pelo reflexo, vejo a cidade das fachadas irregulares, a renovar-se nas árvores ainda apenas meio-vestidas de verde. Mas sempre sedutora.
Estas são as vitrinas de Amsterdam que me humanizam e enternecem. Ou como um olhar diverso pode desviar conceitos.
domingo, 4 de maio de 2008
As vitrinas de Amsterdam
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33 comentários:
Palavras que reflectem uma realidade, que envolvem com um alo de ternura.
Enternecedor olhar o teu.
Os olhares cruzam-se. E entrelaçam-se.
E devem (ah!, este verbo...) desviar conceitos, afastar preconceitos. Ajudar a fugir aos estereotipos que empobrecem Amsterdam como cidade de outras vitrinas, como lugar de outras ilusões e frustres buscas de verdades.
Mais uma legenda quente, humana, sensível a sublinhar fotos que as merecem. Assim.
Por outras paragens chamei a esta fotografia "gato em janela com reflexo de árvore". Mas ainda bem que não a publiquei porque ficava "envergonhado" perante esta legenda... ou com o remorso de a ter impedido.
Talvez esses dois olhares (de fora para dentro, de dentro para fora...) sejam, afinal, um só olhar, e nele esteja a verdade... do momento desse olhar...
gostei muito deste teu post. Por tudo...
beijo
Soube-me bem ouvir J Brell :)
Só o teu olhar atento observa, Amsterdam tem outras vitrinas.
Os teus textos continuam a ser tão belos quanto as fotografias.
(Mounty, para a próxima vez também vais. Tu és muito mais bonito, mais livre!)
GR
Enterneci-me com o teu texto...
Obrigada
Como será olhar a cidade pelos olhos do gato?
E
Todas as cidades mereciam ser olhadas com esta ternura Justine :)
Um beijo
É preciso saber ver com os olhos do coração, para se encontrar esta outra beleza...
Gostei muito deste post Justine!
Um abraço
-Se todos se atrevessem a olhar como tu, o nosso mundo seria por certo muito melhor.
Abraço
Manangão
Curioso é, agarrares as vitrinas de Amsterdam e desviares os conceitos [deliberadamente]...
Entretanto, Jacques Brell [como tema de fundo, deliberadamente, também]... é o "reverso" do teu versar...
E, esse verso/reverso, também é uma forma muito especial de contares a "tua/dele" Amsterdam.
Impossível ficar insensível a este post!...
[BEIJO]
Amsterdam que conheço
com belas vitrines de gatos
ruas planas e bicicletas
com o sol encolhido
e os cães a espreitarem
A musica sempre
Um olhar muito especial sobre a cidade!
Belas imagens...
Mesmo à janela de um qualquer apartamento, eles são sempre algo que enternece e "humaniza" a cidade!
Abraço
gato cor de alma
~
Que ternurinha... este e todos os outros que por aqui estão...
*
Adoro gatos...
as palavras, uma maravilha...
e, deixaram-me um "niquinho" de inveja, Amesterdam é um "destino" que tenho previsto à uma data de tempo, mas, por um motivo ou outro ainda não aconteceu...
Boa semana
e um sorriso :)
Olhar é tão diferente de realmente ver como ouvir de realmente escutar. Entender esta diferença poderia mudar o mundo... (vá lá...um pouquinho?)
Abreijo
Extremamente subtil este post. A limpidez posta em sossego. Ou em evidência nos vários planos das imagens.
Tenho uma gata também.
Deveria ter um cão.
Os homens do mar tem quase sempre um cão a bordo, mas esta gata é especial, faz companhia a um coelho branco.
Não sei se algum dia será uma gata da cidade, ou pelos seus olhos a cidade se mostrará. Quem sabe ler os pensamentos dos gatos?
No Ângulo imperfeito existem imagens dessa gata, se quiseres saber dela.
Sobre o teu comentário, todas as palavras tem esse efeito de metáfora, de sonho, de viagens, os marinheiros são como os Mascatos, as aves que não param de voar a percorrer milhas oceânicas. Na última viagem acompanharam-me alguns assim como os Araus e um casal de golfinhos simpáticos.
Abraço com mar em fundo.
Verdade verdade é que este é gato do Norte! Repara na sisudez interina com que nos olha, contra a abertura de olhar-súplica-de-ternura e mediterrânica do Mounty!
Fotos das artes do olhar.
Bom ler-te.
Bjinhos
... eu seja ceguinho* se o que vou contar não é verdade e que vem um pouco ao encontro do título e das imagens deste post.
Numa das ruazinhas da Cova da Piedade, onde passo com frequência, no mesmo prédio mas em janelas diferentes, de rés-do-chão, costumam estar duas gatas (conviria mesmo que não sejam gatos para este comment ganhar mais consistência, mas tudo leva a crer que sim?!) em lânguidas e provocantes poses.
Há uns tempos, estando em amena cavaqueira com um amigo, este olhou para as janelas (e para as gatas) e perguntou-me "É pá. Vê lá se aquelas gatas nas janelas não te fazem lembrar Amsterdam?"
Foi assim, sem tirar nem pôr.
* Ainda não estou ceguinho, o que quer dizer que lá me escapei desta.
Abraço e sorrisos.
... claro que te entendi.
E o meu olhar-diferente na forma de um comentário, foi isso mesmo: um olhar diverso a desviar conceitos sobre a mesma verdade.
Olhares diferentes sobre a mesma verdade, gosto e gasto. Verdades múltiplas são a verdade distribuida democraticamente(?!) por muitas verdades e ao gosto de cada um
(- Ó Legível! tu hoje estás muito palavroso, não é verdade?)
Este outro meu olhar diverso, tem o mau costume de me interromper no meio de um comentário. Desculpa. Fico-me por aqui, não vá ele aparecer outra vez.
Sorrisos.
gostei. deveras. dessa encruzilhada de sugestões. tão próximas afinal...
Conheço essas vitrines de prazeres recompensados...
Apenas por reflexos se conhecera melhor esta bela Amsterdam. Quem muito olha, fica solenemente enfeiticado, sem ver todas as estorias que tem para contar. Porque se pode ouvir, com os olhos... Bom ver-te ca no burgo!
Estive lá há 3/4 anos.
Achei a cidade fantástica, apesar de o frenesi de venda e compra de droga na rua entre a estação de comboos e a praça da Câmara Municipal ser extraodinário.
Visitei a Holana de carro e gostei imenso.
Convite: visita
http://agaioladedarwin.blogspot.com
Pratico bm acolhimento
Sabe, acredito que tu és o gato que observa, que admira os mais lindos lugares na sua independência afetiva.
Por vezes, tento enxergar como minha gatinha. E, esse olhar me encanta.
Abraços...
Tu falas de cidades com o coração dentro... por isso o amor reflecte
(se).
Bjs
Posso falar de uma vitrina "humanizada"? Essa, com gato.
Beijo.
Apesar do que vê pela janela, acho que o teu gato tem mais sorte. É livre!
beijos de Pitanga Doce
As formas de olhar (que também as acho tão diversas quantas as formas da suposta verdade), por vezes também reflectem outras formas (e outras mais ainda) de como aprendemos e queremos olhar...
E, dizem, os gatos sabem disso!
abraços!
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