Esperei que parasse o vai-vém de sons e silêncios. E só quando apenas se ouvia o tempo, abri os olhos e enfrentei a Casa acabada de sair das páginas da literatura para se colocar alí, à minha frente: magoada com a passagem para a realidade, as paredes têm feridas de chuvas e ventos, as janelas e as portas, fechadas, não são mais presságios de regressos nem recomeços, e a capela passou a ser lugar ateu.
Fechei de novo os olhos, tomei balanço, e voltei à voz de Aquilino.
13 comentários:
Só quando se ouvia o tempo... só quando as vozes eram as do que tinhamos guardado dentro de nós, de leituras e vidas nascidas e vividas na arte de contar. E de casas grandes vivas porque com vida.
Depois... depois abrimos os olhos, e tu, Justine, foste capaz de fotografar e de dizer tão bem o que havia que ser dito.
Fico apenas a olhar, e a ler...
... à espera que escrevas mais assim, quando apenas ouvires o tempo...
Ora pois não tarde que te mostre que, há uns dias, por aí estava um lindo dia de sol!...
(e não é que andamos a espreitar pelos mesmos ângulos?...; é verdade que a estreiteza e a curvatura também não dão para muito mais...)
abraços!
M. e M, obrigada pelas palavras boas.
TP, neste dia estava a chover, e para outro ângulo só se fôssemos para dentro do campo de magnólias, aliás era o que apetecia, tão belas estavam.Abraço
«As casas velhas são como as pessoas velhas: estão cheias de recordações»
Belas as fotografias e as palavras. Gostei muito.
Passei por lá há um bom par de anos e também fiquei incomodada com esse ar de espera, à esquina do tempo...
Abraço
Que tristeza num lugar de poderia ser de culto! Do falar da terra, das gentes
do malhadinhas
dos lobos que (ainda) uivam
Fotos e palavras com uma homenagem singela das nossas lembranças. Linda!
Bjs
escreves mto bem. um prazer ler-te. que irei usufuir mais vezes...
FS,e quase sempre a memória é o que mais conta.
M., obrigada :)
Rosa, já estava com saudades!
Bettips, a tristeza era palpável, ainda mais com a ajuda da chuva...
Herético, agradeço e retribuo...:)
magnífica casa e magnífico é o seu olhar... um beijo para si. até breve. Azul.
E que falta cá faz Mestre Aquilino para pôr umas orelhas a arder...
Balthazar
Se a Joaninha visse o estado da Casa Grande soltava não um ahh! mas um ohh!
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