Andava por ali o deus das Uvas.
Por trás de cada cepa se ocultava.
Tinha os pés disfarçados em raízes
que prendiam a terra virilmente.
Tinha os olhos nos cachos reflectidos.
E a firmeza das parras acusava
que escondiam seu sexo omnipotente.
--
Sebastião da Gama, Cabo da Boa Esperança
..
(Blue in Green, Miles Davis)
36 comentários:
... e o deus das Uvas e o Baco (estas maiusculas!), e os pés (disfarçados em) raízes viris, e o sexo omnipotente (escondido nas parras), e os olhos nos cachos (das uvas para disfarçar)... 'inda te fecham o blog.
Depois não te desculpes com o catolicismo do Sebastião da Gama, nem com o Miles Daves.
E eu, que gosto tanto de Sebastião da Gama, não conhecia este! Post de Outono. Que bom. Já apetece a encharpe nos ombros e sentir o cheiro do mosto.
Beijinhos
Que bom ler Sebastião da Gama; é tão raro, por aqui...
Beijinhos.
Fermentado com estes versos de Sebastião da Gama e envelhecido ao som de Miles Davis dará uma vintage perfeita!!!!
Eu prefiro comer as uvas!
Beijinho
Um vinho de belas notas redondas...
Provei e hummm gostei
:)
Gosto tanto desta época!
Tráz-me recordações de uma infância feliz em que me davam um cestinho e lá ia eu também apanhar uvas com quem ia vindimar.
Mas o melhor de tudo era pisá-las.
Bons tempos que não voltam...
Beijinhos e podes continuar a cantarolar-me:))
Pinturas, paletas pelos campos...
Os tons dos frutos.
O riso do poeta, tudo lindo !!!
Bjinhos
Evoé Sebastião da Gama, evoé Poeta!
Um beijo.
Das fotos e das palavras posso dizer qe adorei... mas tenho pena por não conseguir ouvir o Blue in Green (aqui).
A vindima já passou,
foi a cores, isso creio!
Os mostos fermentam,
temos vinho doce.
Alegrai-vos, gente,
que é São Martinho...
Ao Deus Baco
Para ti
Un grande abraço
Belo poema do poeta da Arrábida e umas imagens de fazer crescer água na boca!
Adoro uvas, mas também não digo não ao respectivo sumo!
Abraço
um bom vinho, um bom jantar, uma boa companhis
nao ha melhor
Jokas
Paula
Bela uva...
Sebastião da Gama, o poeta da Serra mãe, e meu vizinho de Azeitão, bela obra a do poeta.
abraço
Uma delicia,ve-las crescer o serem apanhadas, um lindo ritual
beijos
Olá
Ah! Uvas que delícia!
De comer e chorar por mais
De ler e ver a notícia
De Baco e de outros mais...
Beijinhos estrelados
Olha... agora fiquei com mosto quente até ao meio da coxa, os risos das primas, a amizade sã daquela família e vizinhos... no lagar da minha juventude. Saudade...
Obrigado!
Abreijos
e Bacus espera contente!
oh deus baco!
juro que não minto,
estou feito num caco
abusei do tinto.
já nem te distingo
dissimulado na vinha
nem sei se é domingo
que desgraça a minha.
eu bem esfrego os olhos
só vejo uvas aos molhos
mostra-te lá à gente
ó deus omnipotente.
desconfio que tal fama
vai cair p´la rama
e vás dar uma curva:
muita parra pouca uva.
Não sei o que é que se meteu na cabeça que ultimamente só me dá vontade de rimar neste aprazível sítio. Mas podia-me dar para pior não é?
Um abraço para ti e uma festa ao gato mágico.
Bonito e oportuno e gostei muito!
beijinhos
:)))
Este ano não pude ficar para as vindimas. Que pena! Para o ano!
beijos com chuva
Faz-me lembrar as uvase os cachos debaixo da latada de meu pai.
tão boa esperança
tão... :)
bem, ía entusiasmada,
mas o comentário do legível
já me deixou com... dúvidas!
ora bolasssssssssss!!! :)
~
Muiito boa a história sobre as uvas. rs
Vou pesquisar sobre esse autor, não o conhecia ainda. Huumm... Confesso que fiquei com vontade de comer uva agora. hahah.
Abraço.
É justo dizer que o vinho
é moscatel
Boa escolha, Justine.
O SG está um pouco esquecido.
É pena.
Escreveu belíssima poesia.
Bj
Fizeste-me lembrar os meus tempos de criança nas vindimas do Douro, com a tesoura de poda na mão. Só que com o sol a bater na cabeça de vez em quando refugiava-me debaixo das videiras e ouvia, perto, a voz do meu tio: está ele com dor "de lombar", logo no lagar passa-lhe tudo.
Abreijo
lindissimo post. Parabens.
Tenha um belo dia
Maurizio
não conhecia as palavras, por isso encantei-me com elas
beijos
miaaauuu...
Que bela evocação para este setembro que me traz sempre à memória o Douro!
Imagens belas ao som de óptima música e ainda por cima com Sebastião da Gama! É um prazer vir aqui.
Não conhecia este frenético poema, onde S. da Gama tão bem descreve Dionísio...
relembrou-me as berças e a casa grande do meu avô materno(era assim que lhe chamava-mos), o pisar encarnado das uvas, o cheiro do mosto correndo, a grande trave do lagar, as pipas e aquele cheiro acre das mechas do enxofre...
Obrigada!
um sorriso :)
justine,
muito obrigatinha! Lambeijão!!!
Que modo especial de descrever a parreira!
Belo poema! Gostei daqui...
Beijos de luz e o meu carinho...
"chamávamos" :)
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